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Dias de Azar V
- Não! O Renato?
- Deve estar com o teu pai e com o Ricardo na sala!
Enquanto Marisa ajudava Carina com os últimos pormenores, na sala, Renato e Ricardo conversavam sobre o casamento. O pai de Carina, Júlio conversava com a esposa sobre os aperitivos que se encontravam em cima das mesas. Marisa e Renato eram os primeiros a chegar, não havia pressa, já que algumas pessoas ainda não tinham chegado, dentre elas: Joana, amiga de Carina, que estudava medicina em Espanha. Marisa já não a via desde que acabaram o 12ºano, mostrando-se bastante feliz por voltar a vê-la. Estaria muito diferente?
Renato e Ricardo, saíram para ir buscar a prenda de Carina. Ouve-se o som da campainha, Marisa corre em direcção a porta e abre-a:
-Marisa? – Joana estava perplexa com a magreza de Marisa, apesar de saber que esta se encontrava bastante doente, nunca pensara em reencontra-la assim.
-Joana? À quanto tempo? Estás tão diferente!
- Estou diferente para melhor?
- Obvio. Anda-me ajudar com os últimos preparativos da Carina! – ambas correram para o quarto. Não poderiam demorar, já que a festa estava quase a começar. Joana ficou estupefacta com Carina, apesar de esta ser extremamente bonita, a maquilhagem efectuada por Marisa, destacava os olhos claros de Carina. Todos os convidados já tinham chegado, por isso Maria, mãe de Carina, veio chamar a filha. Quando esta entra na sala, todos os presentes olham-na de alto a baixo, o vestido um pouco acima do joelho era deslumbrante. Marisa cumprimentou todos aqueles que ainda não tinha visto, nomeadamente o pai de Carina, que teve uma reacção de preocupação quando a viu:
- Estás tão magra! Hoje vais ter que comer o dobro de todos nós! – aqueles que nunca tinham visto Marisa estavam perplexos a olha-la, não sabiam o verdadeiro motivo de ela ser tão magra, apesar de ser bonita e de ter um sorriso deslumbrante, quase toda a gente reparava na figura esguia que esta apresentava.
- Eu como senhor Júlio!
O jantar decorreu sem grandes transtornos. Estavam todos felizes, era obvio que aquele dia era um dos melhores dias de todos os presentes, mas principalmente de Marisa, pela primeira vez em alguns meses sentia-se bem consigo própria. Após o jantar, era hora da prenda de Carina. Desceram até à cave, Renato vendou os olhos a Carina e seguiram às escuras até ao sitio onde se encontrava a prenda, desvendaram-na e esta depara-se com um lamborghini preto com um laço vermelho em cima:
- Um lamborghini? Não pode! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii… toquem-me para eu ter a certeza que não estou a sonhar. – Renato sorria, Marisa perguntara-lhe se este sabia qual era a prenda, este respondera-lhe que sabia e sorriu.
- Obrigada amor! És tão querido comigo! – Ricardo sorria, era obvio que aquela reacção e aquela cara de satisfação de Carina, o deixava radiante e preparado para a surpresa seguinte. Desta Marisa já tinha conhecimento, já que acompanhara Ricardo à ourivesaria para o ajudar a escolher, o anel de pedido de casamento. Ricardo ajoelha-se diante de Carina, e pede-a em casamento:
- Queres casar comigo? – Carina não hesitou:
- Claro que quero! Isso nem se pergunta.
- Está na hora de estrear o meu novo presente! O Cláudio leva o carro dele, que é o único que tem 5 lugares. – todos os presentes gostavam de carros desportivos, dai apenas Cláudio ter um carro de 5 lugares. Seguiram para o Porto, iriam tomar café, num pequeno café no cais do Porto. Carina costumava fazer lá alguns trabalhos para a faculdade. Após tomarem café e conversarem um pouco, Renato e Marisa desaparecem para grande aflição de todos. Estes sentam-se a olhar o rio de mãos dadas, aquela imagem brilhante de aguas correntes, traziam a ambos excelentes recordações. Não deram pelo tempo passar, passava já das 0 horas quando se levantaram e foram ter com os restantes. Estes já pensavam coisas erradas daquela escapadela, excepto Carina:
- Calma pessoal! Eles também precisam de conversar! O casamento deles é daqui a três dias existem coisas para conversar e lembrem-se que os últimos tempos não tem sido fáceis para eles!
- Oh Carina, eles são grandinhos, não precisam de desculpas! – um amigo de Ricardo falava. Riram-se todos. Era bom estar naquele ambiente, para que Marisa pudesse por momentos esquecer-se dos últimos meses.
- Tu é que estavas preocupado com ela! Perdão com eles! – Renato fez uma cara estranha, apesar de levar aquilo para a brincadeira, odiava que o menorizassem, ele era capaz de defender os dois.
Regressaram a casa, pelo caminho Marisa sente-se indisposta obrigando todos a parar e esperar 5 minutos. Quando tudo normaliza, Renato leva Marisa a casa, despedindo-se dela com um beijo.
Os dias iam passando, rapidamente. O casamento estava marcado para dia 7 de Agosto, dia do aniversário da mãe dela. Escolheram o sítio onde se viram pela primeira vez, um parque municipal, naquele dia tinha o brilho que tinha no dia em que se conheceram. De manhã quando acordou, a irmã sorria-lhe, iria ser Marina a leva-la ao cabeleireiro e a maquilha-la:
- Então, preparada para o grande dia?
- Claro!
- I never thought this day would come so fast! Are and will always be my little girl, see you married, makes me think that you grew up too fast… - marisa nao a deixa terminar:
- Jesus, pretty soon you're saying I'm old! calm down dear, I continue to be the same girl from another time, but as of now married. – ambas sorriam, abraçaram-se, eram lágrimas de alegria aquelas que corriam pelos seus rostos, à muito tempo que não tinham um daqueles momentos fortes emocionalmente. Marisa e Marina eram sul-africanas, nas suas veias corriam as tradições tipicamente africanas. Durante muito tempo Marisa tencionou ir à sua terra natal, planeara faze-lo no fim do curso, mas naquele momento já tinha desistido do sonho, a doença nunca a deixaria atravessar o oceano e partir à aventura. Marina ajudou-a a vestir o vestido, maquilhou-a:
- Estás tão bonita! O vestido fica-te muito bem!
- Thanks!
- You welcome dear. – o pai já esperava nervoso por Marisa, saíram de casa já atrasados, quando chegaram ao local, algumas das pessoas mais curiosas olhavam-na de alto a baixo, e obviamente comentando a sua beleza. Devagar o pai acompanhou-a ao “altar”, lá estava ele, sorria para ela. Era um momento de nervos para todos. Queriam vê-los felizes, nem que fosse por meia dúzia de dias. Estavam belíssimos, ambos escolheram as roupas perfeitas para aquele dia especial. O vestido utilizado por Marisa naquela simbólica cerimónia foi escolhido juntamente com a sua melhor amiga, percorreram juntas horas a fio algumas dezenas de lojas de vestidos de noiva, até que escolheram um simples, mas bastante bonito. Marisa escolhera-a para madrinha do seu casamento civil, era o mínimo que poderia fazer, depois de todo o apoio que Carina lhe tinha prestado nos últimos anos. O padrinho era o melhor amigo de Renato, Tiago, conheciam-se desde miúdos, eram vizinhos e andaram sempre juntos na escola.
“ Eu Marisa Soares, aceito-te a ti Renato Oliveira (…)”
“ Eu Renato Oliveira, aceito-te a ti Marisa Soares (…)”
Fizeram uma festa simples, mas memorável, no meio de tanto convívio e diversão, Marisa não se lembrara do pesadelo que vivera nos últimos meses. Durante toda a tarde, os flash das maquinas fotográficas disparavam para grande alegria de Marisa, já que esta adorava fotografia e especialmente achava uma certa piada ser modelo por um dia. Marisa estava cansadíssima, sentou-se um pouco para descansar, avistou ao longe uma cara que lhe parecia algo familiar, quando esta chega perto, uma reacção de alegria:
- Anne Patrice! O que fazes aqui? – o berro de Marisa, chamara a atenção de Renato, que mal se apercebe da presença de Anne corre em direcção a ela e dá-lhe um abraço, foi Renato que a convidou, queria que naquele dia Marisa estivesse rodeada de todos aqueles que lhe faziam bem:
- Je? Vim ao teu mariage avec Renato! desculpa o atraso, mas não sabia como vir para aqui!
- Ligavas e o Renato ia buscar-te!
- Oh pas jugé nécessaire de addition'm déjà là! Tomem o meu presente – Marisa e Renato, abriram o envelope em conjunto. Eram dois bilhetes de avião para o Dubai:
-Merci Anne! Não era preciso gastares tanto dinheiro connosco!
- O meu pai mandou-me os bilhetes de Paris. – Anne viajava muito, não só porque os pais se encontravam em França, mas porque o namorado era músico, tendo que o acompanhar por vezes. Iriam viajar quando Marisa pudesse sair do país, Ana teria que dar-lhe autorização, naquele momento seria impossível, Marisa estava fraca e poderia morrer na viagem.
Após 2 dias de descanso intenso, Marisa voltou ao hospital, começava naquele dia mais uma jornada de tratamentos, aos poucos esta ia ficando mais fraca, quase sempre lhe doía a cabeça e sentia-se exausta, mesmo sem se mexer. Era obvio que tudo aquilo mexia com Renato, habituara-se a uma Marisa lutadora, e agora estava a vê-la morrer aos poucos, sem poder fazer nada. Os dias iam passando, durante 5 horas por dia este acompanhava-a aos tratamentos, não conseguia vê-la sofrer assim, apenas lhe agarrava na mão e baixava a cabeça, as lágrimas corriam-lhe pela face abaixo. Marisa mesmo fraca dizia-lhe que continuaria a ama-lo mesmo depois de morrer.
De vez em quando era a Patrícia que acompanhava a cunhada nos dolorosos tratamentos. Aos 15 anos Patrícia era a confidente de Marisa, tudo aquilo que esta não queria contar ao marido contava a Patrícia. No fundo não queria preocupar o seu amado e estragar-lhe a sua vida.
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Comentários
Re: Dias de Azar V
Recupero agora a trama, na magia do modo como escreves.
É fácil te ler e de cair na tua história.
Recuperei o IV e o V prossegue nesse teu estilo próprio e adulto.
Delicioso o pormenor "Je? Vim ao teu mariage avec Renato! desculpa o atraso, mas não sabia como vir para aqui!".Em Agosto, gosto muito de me rir com esses sotaques nos hipermercados.
A adorar ler.
Re: Dias de Azar V
Ainda bem que recuperaste, é sinal que a história é interessante!
esses sotaques são aliciantes e divertidos, alias eu nao gosto de me rir deles, odeio-os...