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A DOR DA ALMA

A expectativa de um futuro desconhecido era inebriante, os gritos sufocados no funda da garganta e os pensamentos revoltos estavam cada vez mais escassos, más a vontade de possuir o desconhecido ainda era imperial.

Aquela senhora nunca planejava nada, sem ideal de amanhã, vivia cada minuto na busca de algo que pudesse tornar sua pacata existência em uma emocionante aventura, tinha verdadeira repulsa a rotina e imaginava que exatamente por esse motivo a rotina insistia em se instalar em sua vida, tornando-a cada vez mais ansiosa e irritante.

Esperava e nem ao menos imaginava o que queria, más tinha a certeza de que algo a buscava, algo a procurava, a atraia como um imã, e ela abria os braços para esse magnetismo desconhecido na esperança de que fosse o fim da busca que nem mesmo ela compreendia, más tinha a certeza de que quando encontrasse, conseguiria preencher o estranho vazio que sentia, saberia identificar a razão de sua inquietude e encontraria a cura para a misteriosa tormenta de sua alma.

Acordou abruptamente naquela madrugada com o rosto encharcado de suor, sua respiração ofegante não deixava dúvidas de outro terrível pesadelo, no qual se via envolta a neblina, em um túnel deserto e desconhecido, e na gelada escuridão viu-se perseguida por um estranho, uma figura sem rosto, que tentava a todo custo alcançá-la e quando finalmente atingia seu objetivo, tornando a indefesa senhora cativa de seus braços, ela acordava assustada.

O alivio que se seguia era notório, más havia a consciência de que seus devaneios e utopias estavam em evidencia em seus sonhos noturnos e esse fato a perturbava.

Desejava ardentemente emoção, queria adrenalina nas veias, queria sentir o gosto do perigo, não tinha nada a perder, e as emoções que as aventuras idealizadas poderiam lhe proporcionar somariam experiências sinistras em sua bagagem, e assim sendo, ansiando pelo perigo se empenhava ao máximo em pensamentos e desejos avassaladores, para que houvessem mais sonhos ou melhor pesadelos tortuosos.

A grande questão que até o momento não foi colocada é que essa mulher tinha um dom especial, algo que foge do real, ou seria esse seu dom fruto de sua imaginação, a questão é, ela conseguia manipular seus sonhos, de modo a conduzi-los a seu prazer, onde sempre se encontrava em situações de risco, onde sua vida sempre estava por um fio, e manipulava os sonhos com uma destreza espetacular.

Até aquela noite teve um exito esplendido, más de repente surgiu uma sinistra figura e passou a persegui-la, tudo fugiu de seu controle, e algo dizia que aquele era seu destino, brincou tanto com a sorte, que ela resolveu se vingar e foi perseguida em seu inconsciente por algo, um vazio que a consumia e não havia nada a fazer, ela temia dormir más o encontro era inevitável.

Uma névoa cobria sua visão, caminhou vacilante buscando uma referência de onde estava, até que finalmente visualizou um ponto de luz e seguiu em sua direção, teve a certeza de que estava em um túnel e o tremor de seu corpo se intensificava a cada passo que dava em direção a luz, sabia que era mais um de seus sonhos más não como voltar.

Caminhou mais alguns metros até atingir um grande arco que parecia ser marco dos limites entre as trevas e a luz, e lá a dúvida e o medo a possuíram, deu um passo para atravessar a fronteira.
Subitamente algo a puxou e no segundo seguinte ela acordava em sua cama, com um suspiro constatou que era um sonho, o mesmo que há tempos a consumia.

Na noite seguinte, houve uma surpresa, após tanto tempo vivendo um Déjà vú em sonhos, nem imaginava o que a esperava. Atravessou a fronteira aflita e determinada e não acordou em sua cama como de costume, entrou em uma sala totalmente iluminada, sentia-se suja em relação a energia que emanava daquele lugar.

Outra pessoa rompeu as barreiras da luz e invadiu a
enigmática sala, era seu perseguidor, a figura das sombras que a inquietava, porém agora podia ver o rosto de seu algoz, estava cara a cara com a dura realidade de sua alma, o impacto da descoberta a petrificou por instantes, estava diante de si própria, um outro aspecto de sua alma que até aquele momento ignorava, a outra inquieta figura contorcia-se como se a dor oprimida fosse muito intensa.

Seus tremores voltaram diante daquela revelação, e meio que telepaticamente viu em sua mente as imagens que causavam tanta dor a sua desconhecida e desprezada alma, caiu aos prantos com a força das lembranças, e solidaria pela primeira vez em anos abraçou a si própria caída no chão, afagando os cabelos de sua outra parte e fundindo-se a ela no mesmo instante em que a luz da sala se apoderou de toda a escuridão do túnel e a mulher completa caminhou para luz.

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sexta-feira, setembro 4, 2009 - 00:36

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PolianaRodrigues

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Re: A DOR DA ALMA

Uma dor assim é um vazio infinito...

:-)

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