MANUAL DO ABRAÇO

MANUAL DO ABRAÇO
Os dedos de uma das mãos acercam-se abertos às imediações da meia altura do teu corpo.
Tocam-te pelas pontas, de lado. Podem flectir-se. Podem até ameaçar quase espetar-se em ti.
Quando os quatro dedos que agarram se deitam no dorso, o polegar desliza em linha curva.
Tenho quatro dedos pouco acima da tua anca e o outro um pouco abaixo da última costela.
Seguro-te…
Os dedos da outra mão abeiram-se depois, cooperantes na acoplagem do meu corpo ao teu.
Tocam-te do outro lado pelas pontas. Dobram-se. Vão mais longe e entram quase na tua pele.
Quando caiem para se deitarem lentamente, lentos ondulam á medida que o polegar te mexe.
Tenho cada uma das mãos de cada um dos lados do teu tronco, que trago para junto do meu.
Agarro-te…
A mão esquerda dobra-te pela cintura para o fundo das tuas costas, onde se alojam quedas.
A mão direita dobra a curva do lado oposto do teu tronco, subindo para o centro das costas.
Há uma barriga numa barriga. Peitos colados até ao colo. Respirações no ouvido e no cabelo.
E há deslizares de tecidos das faces lubrificadas de desejo até aos lábios quase encontrados.
Afasto-te…
A mão esquerda segura-te a cintura…
A mão direita agarra-te pelo dorso…
E afasto-te do resto que resta longe…
Ficas perto do ingrediente secreto do meu abraço… de como te segurar… de como te agarrar…
Sugo-te o brilho dos teus olhos para dentro dos meus e cozinho-te e entrega em sentido lento…
No ponto, sirvo-te um abraço mais…
Não digas a ninguém mais como te sentir sua…
Vem sentir-te minha, sempre, quando queiras…
S.L.