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Numa cama a morrer
Passou-se mais um segundo eterno dentro daquele quarto. Os meus olhos fechados, como a janela, que durante o dia espera a noite para encerrar toda a luz naquela divisão, eu estou aqui, sem movimento, nem a minha respiração e suficiente para definir qualquer sismo neste corpo. O epicentro da imobilidade está na minha alma.
Dentro deste segundo eterno, muitos segundos existem dentro de mim, e na escuridão nascem pontos de luz e reconheço a minha cara. Enquanto procuro nas cinzas alguém para culpar, tenho medo de ver a minha rosto.
Espero, como um anjo caído de asas cortadas pelas articulações, que possa voltar a ser o que fui. Passaram os anos, as vidas, os planetas á velocidade da luz, quase tão rápido como o meu pensamento. Pelo menos isso passou. Eu ainda cá estou, observando a sombra que sou e não a que faço com o chão que piso e que renuncia me consumir. Anseio desesperadamente pelo momento de ser promovido ao reino dos inocentes culpados pelo que de bem fizeram. A maior das angústias. Aqueles que consumiram como as chamam, que desflorestaram os corações do amor. E se eu não sobreviver a isto, peço rosas para os amigos que não tenho…Mas nada de pressas, não farei com que a rosa morra antes de brotar. Não quero rasgar o belo botão, que ela ainda é. O que vos darei não será em vão, serão flores para a eternidade em que todos seremos consumidos pelas mesmas tristezas e solidões.
O vento sopra, agora, calmamente nas faces de um desesperado, espalhando as cinzas. A ilusão fez de mim um traidor que sou, continuo a querer acreditar, mas nunca quero acreditar. Pergunto-me, porquê que o amor é tão difícil, porquê que a vida é tão cruel, porquê que um mundo é assim e consegue fazer das pessoas o que Ele é?
Caminho em passos vagarosos e calmos, quase sonâmbulos, por entre as cinzas, e aquele vento continua nas minhas faces, e agora, também cai a chuva e o granizo que bate-me e corta-me, como laminas, provocando em mim em efeito analgésico, fazendo-me sentir ainda mais perdido, então peço aos Deuses, em que não acredito, que sangrem, pois eles são os responsáveis pelos danos que me provocaram, não só a mim, mas também a todo o universo invisível e insensível. Pois não são as dores físicas que nos fazem sofrer, todos nós somos castigados, pelo que não fizemos, então, Deuses sangrem, nós sabemos o que não fizemos!
Finalmente, cá em baixo, no reino dos inocentes culpados, as dores são do tamanho do universo, mas nós compreendemos, e nem que os céus nos cai-se em cima se doeria tanto com a perdição e a chuva e o granizo e o vento nas faces.
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Comentários
Re: Numa cama a morrer
Texto bem escrito em dom da palavra!
:-)