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Perspectiva ou Entendimento
Não é um quadro poético, melodia abstracta que embala os corações, o que vos trago.
Decidi falar-vos em prosa; num quadro concreto de relevos inscritos num tempo, onde a erosão não representa os bocados de mim que vão, mas o incessante poder de recreação que transportam as ideias que de mim são.
É natureza minha esta teimosa mania de fazer das circunstâncias da vida um tapete vermelho onde evoluem carambolas mentais de que me alimento. São jogos com a inteligência, de ideias peregrinas, inefáveis criadoras de ilusões e eficazes redutos argumentativos na defesa da perspectiva que me apetece doirar.
Sinto relutância pela acção. Tanta quanto me determino no encalço de uma ideia vestida de curiosidade e abrilhantada de absurdo. Isto porque só no delírio do pensamento sou efectivamente livre. Porque na acção, enquanto se age, não se pode agir outra coisa.
A propósito da liberdade, falo-vos no pensamento e não dos sonhos. A liberdade destes é uma liberdade emprestada, porque eles não são verdadeiros. Os sonhos são laivos de esperança adormecida. Espasmos caóticos de sensação indefinida que preenchem o vazio da nossa incompletude.
Enquanto assim falo, faço-o acomodado numa perspectiva, e estas há muitas. São todas verdadeiras se colocadas no ambiente de onde emanam, um lugar lúdico onde alegres, desfilam ideias que dançam.
Por causa delas, digo sempre para mim, que um bom julgamento não existe. Recuso-me também, bastar-me numa classificação e encher-me de uma explicação, por mais exacta e correcta que me pareça.
Tenho por certo, ao invés, que deveremos sempre ir mais longe, até onde já nada entendamos. Até, digamos, à escuridão incerta, onde se pressente mais do que se vê, onde existe uma explicação por explicar.
Porque a verdade se deixa sentir mais do que se deixa pensar, tantas vezes os homens erram, usando o raciocínio como o veículo que os conduz até ela.
Mas estes seriam outros "entretantos" e apetece-me agora terminar.
Não o farei contudo, sem vos dizer que não temo a contradição. Que não me insultam aqueles que com desprezo me acusam de ausência de coerência e de chocante inconstância. Não me insultam porque não me sinto insultado; porque reconhecidamente mudo, uma vez que sei, que o "há um bocado" não é o "agora". Insultam-me sim, por pensarem que me insultam e por ignorarem a importância do instante.
Alguns, concebem o homem como um bloco de cimento e revelam-se incapazes de enxergar a ordem que existe na desordem do supremo pincel que desliza sobre a tela perene do inesperado que é a vida.
Cá por mim, prefiro ver o homem como a água que corre das encostas. Nada a detém. O seu percurso não é rectilíneo porque assim não o permitem as formas da natureza. Mas ela corre sem se deter, indiferente à sinuosidade do percurso. Molda-se a cada circunstância. Saboreia os contornos rochosos do caminho, enlaça-os, saúda-os e prossegue. Prossegue sempre, feliz e indiferente, no destino que sabe ser o seu - o da eterna renovação.
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