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Cortejo Fúnebre
Acinzentadas são as ruas por onde passo
O suor corre por minha pele
E o sol doura e queima o meu corpo e o asfalto raso
Deixando-me para trás – a minha carnificina segue.
Nos umbrais de madeira a um canto modesto
Admiro a partida e os pobres restos.
Só se escuta o som de passos
Acobertado pelo pano negro.
Só se enxerga a poeira amarela
Só se vê os pingos vermelhos.
Mas adiante o cortejo vai,
Tão logo se atinge o portão,
Admiram-se os anjos infernais
E os olhos miram o chão.
De longe vejo o corpo sendo jogado
E as pobres flores cobrindo o caixão
E os fúnebres vermes ficam ouriçados,
Pois terão comida por todo o verão.
Viro o rosto, olho para a esquina...
Estou mandando mais um:
Para “baixo” ou para “cima”.
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Ministério da Poesia :
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