CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

O BANCO, A MUSA, O BALOIÇO E A NUVEM.

O BANCO, A MUSA, O BALOIÇO E A NUVEM.

Aqui estamos os dois ,
Nas alturas,
Sentados na nuvem,
Lado a lado,
A olhar a cidade
E a contemplar o poema.

O nosso poema.

Chamaste-me,
E eu apressei-me
A encher o balão
E a voar até ti,
Enquanto te embalas
No vai vem dum baloiço
Feitos de rosas,
Deixando que o vento
Te levante a saia ,
Curta,
E me revelasse
Essas pernas de sonho
Que me enfeitiçam
Que me fascinam
E que me enlouquecem.

Cá, bem no alto,
Sentados, juntinhos,
Neste novelo de algodão macio,
Miramos o nosso poema,
E achamo-lo ainda mais belo,
mais puro,
Inocente
E mais sedutor.

Tu não estás já sentada
No banco ,
Branco,
À porta de casa
A escrever no caderno,
Nem eu estou no banco,
Branco,
À porta de casa
A tocar flauta.

Não.
Estamos ambos sentados
Na brancura da nuvem,
Extasiados,
Com a beleza do nosso poema.
E tu, continuas a embalar-te
No baloiço feito de rosas,
Num vai vem ritmado,
E insistes em deixar
Que o vento te levante a saia,
Curta e rodada,
Que quiseste vestir,
Apenas para mim.
Para que eu pudesse
Contemplar
Essas pernas de fada
Que ao balançar
Nesse baloiço feito de rosas
E pétalas de seda,
Se abrem,
(Tentadoras),
E se mostram,
(Generosas).

Sentados juntinhos,
No alto da nuvem
Olhamos a cidade
Branca,
E o nosso poema
A pairar sobre ela.

Balançamos no mesmo baloiço,
Os dois, cara a cara.
Contigo sentado no meu colo.
Aumento o ritmo do balancé,
E subimos tão alto
Que o vento, cada vez mais forte
Nos despoja da roupa,
E eu começo a sentir
O colar de missangas
A bater-me no peito
Depois das carícias com que afagou
Os teus seios de veludo

À medida que os nossos corpos
Se chegam e se unem cada vez mais,
O colar de missangas
Deixa de balançar
E fica quieto,
Muito quieto,
Aninhado entre nós.

E é assim bem unidos,
Que olhamos a cidade,
Lá em baixo,
Tão pequena e tão branca
A espelhar a alvura do nosso poema.

Que linda que é a nossa cidade.
Que belo que é o nosso poema.

Maravilhados,
Deixamo-nos cair para dentro da nuvem
Também ela branca,
Tão branca
Como o nosso poema.
Macia,
Tão macia como o teu corpo de seda.

De repente,
Uma luz, intensa e brilhante
Saída da nuvem,
Iluminou o poema
E encantou a cidade.
Enquanto isso,
Letras e notas de música
Saídas da nuvem.
Branca e macia.
se soltam nos ares
E cobrem o céu.

E enquanto caem sobre a cidade
Compõem hinos e poemas
Sobre musas e faunos
Sobre fadas e príncipes
Que envolvem de magia
O banco,
Branco,
(Agora só um),
À porta de casa,
(Também uma só).
Pousaram
Sobre o caderno ,
E a flauta,
Que ali se encontravam
Bem juntos
No mesmo banco.

Finalmente um banco só
Esperava por nós
Quando descêssemos do alto da nuvem.

Um banco para nós os dois.
Apenas um só.

Submited by

quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 00:27

Ministério da Poesia :

No votes yet

GuiDuarte

imagem de GuiDuarte
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 12 anos 6 semanas
Membro desde: 12/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 237

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of GuiDuarte

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/ - 2336 0 1.358 11/23/2010 - 23:48 Português
Ministério da Poesia/Meditação BALANÇO DE UMA VIDA 0 1.493 11/19/2010 - 18:10 Português
Ministério da Poesia/Amor AO LONGO DE NÓS 0 1.647 11/19/2010 - 18:10 Português
Ministério da Poesia/Amor OS BANCOS VAZIOS 0 1.435 11/19/2010 - 18:10 Português
Ministério da Poesia/Aforismo UMA NOITE NA CIDADE 0 1.372 11/19/2010 - 18:10 Português
Ministério da Poesia/Geral NAS ASAS DO SONHO 0 1.453 11/19/2010 - 18:10 Português
Ministério da Poesia/Aforismo A OBRA-PRIMA 0 1.439 11/19/2010 - 18:09 Português
Ministério da Poesia/Aforismo ESTOU TRISTE 0 1.318 11/19/2010 - 18:09 Português
Ministério da Poesia/Aforismo O BANCO, A MUSA, O BALOIÇO E A NUVEM. 0 1.821 11/19/2010 - 18:09 Português
Ministério da Poesia/Paixão SENTI-TE 0 1.406 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Fantasia UM SONHO, UM MANTO, UM FIO DE PRATA E UM COLAR DE MISSANGAS 0 1.461 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo ÉDOMINGO 0 1.434 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Amor A CIDADE, O POEMA E AS NUVENS BRANCAS 0 1.373 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo A MULHER E A FLOR 0 1.322 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo DEUSA NUA 0 2.055 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo LÁGRIMAS 0 1.603 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo A AUSÊNCIA OU A DISTÂNCIA 0 1.569 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Aforismo DEVANEIO 0 1.556 11/19/2010 - 18:08 Português
Ministério da Poesia/Fantasia A VIDA É UM SONHO 0 1.231 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Amor CINQUENTA ANOS MAIS TARDE 0 1.492 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Tristeza QUANDO O FAROL SE APAGOU 0 1.503 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Amor CINQUENTA ANOS MAIS TARDE 0 1.493 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Aforismo OS POETAS NUNCA MORREM 0 1.412 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Aforismo SER POETA 0 1.168 11/19/2010 - 18:06 Português
Ministério da Poesia/Aforismo SINTRA 0 1.631 11/19/2010 - 18:06 Português