CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O Demônio de couro negro
E agora ele vive num gélido túmulo de concreto
Transformado numa estátua com semblante triste,
Mas de uma expressão forte, deixando-o perpétuo.
Alma fechada no cárcere que tu, sem lástima ergueste,
Quando o peiote convenceu-te a fazê-lo.
Qual é o segredo por estar morto, mas com vida?
Seu nome nunca foi motivo de zelo
E você ainda não sentiu sua triste partida
Ocasionada por uma intenção de ser livre.
Vamos correr pelo paralelismo da existência!
Saltar e flutuar no ar suspenso como bala em seu calibre,
Virar a página de uma obra sem insistência,
Vê-la se transformando em uma serpente cinza.
E que com o seu olhar ficaríamos ludibriados,
Pelo magnetismo do fantasma decadente
Em seus gestos conduzidos pelos ventos frios.
Criou e destruiu o seu próprio Deus descontente
Para arrancar da tumba de seu ser sombrio
O Demônio de couro negro diante o acaso
Da despedida luminosa do sol.
Cabelos ao vento, voz de um fogo infernal
Conduziu-te para uma esquina da vida de formol.
Você usou a mão do futuro para escrever
A desregrada vida de barbitúricos do passado
Que deixou cair o fruto da imortalidade do ser.
Foi alguém e nada mais, mas não de um comum estado
Ou de um estado drogado. Você foi a droga da droga:
Ela caiu aos seus pés inerte e viciada.
Numa encruzilhada onde esta dama se afaga,
Até excitar o Demônio de couro negro na madrugada
A libertar os seus medos e as palavras distorcidas.
O “sem sentido” da nobreza do ser passageiro,
Da nobreza da brisa em sua valsa,
Dançada pelos cabelos... Tudo neste ser realça.
O que é além de humano ou fantasma?
Será força, será fraqueza, será um mito?
Foi possuído e agora possui a notoriedade
De uma voz rouca que ecoou e ecoa até hoje sem antídoto.
Gritou nos momentos crucias para alcançar a diuturnidade.
Por que você não produzia lágrimas?
Quem te construiu assim, sem explicação?
Incubada imagem póstuma.
Explico a inexplicável definição
De um ser que viveu
Escreveu, cantou
Caminhou, se manifestou.
Foi imagem para todos os olhos
Foi som para todos os ouvidos.
Distanciou-se
De tão perto
Que explico, explico
E nada digo.
E assim também sou
Caminho, falo e escrevo...
E continuo invisível.
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 968 leituras
other contents of FranciscoEspurio
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | 2085 | 0 | 2.141 | 11/23/2010 - 23:45 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Tentativas inúteis na sacada | 0 | 3.086 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Odisséia | 0 | 2.614 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Dedicado | No caminho das pedras brilhantes (São Thomé das Letras) | 0 | 3.397 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O viço dos seios | 0 | 3.226 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Intervenção | A pele iraquiana | 0 | 2.667 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O revés | 0 | 2.622 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O guardião | 0 | 2.644 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O Demônio Interior | 0 | 2.558 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Morte ao amanhecer | 0 | 2.520 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Death to be born wise | 0 | 2.706 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Dedicado | O texto de um pai | 0 | 3.324 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Fantasia | Ninfas | 0 | 2.887 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Atado ao Umbigo | 0 | 2.498 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Intervenção | Pentáculo | 0 | 2.470 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Dedicado | Jean Baptiste Grenouille | 0 | 3.163 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O estocástico | 0 | 2.245 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Sido Ser | 0 | 2.144 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Grão latente | 0 | 3.455 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O salto das horas | 0 | 3.033 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Segure minhas mãos | 0 | 2.632 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Intervenção | Decepção da obra e do poder | 0 | 2.746 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O ensejo da soma | 0 | 2.674 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Perdição | 0 | 2.657 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Dedicado | Figura de madeira disforme que orna a proa de minha embarcação (Carrancas) | 0 | 2.639 | 11/19/2010 - 18:10 | Português |
Add comment