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O homem do fraque...

Apagou-se o archote quente...
As cores desmaiaram, tornaram-se lívidas...
A Natureza deixou-se morrer, cansada...
O horizonte desapareceu e os risos das crianças calaram-se,
fartaram-se de ser ignorados,
ante outros interesses, desinteressantes...
Só se ouvem choros,
como coros de igreja herege,
onde o cinismo sobeja
em ladainhas enervantes de beatas cínicas com olhares demoníacos e assustadores,
vestidas de bege
e padres pedantes e violadores das leis do céu...
Caiu o véu, os anjos viraram-nos as costas...
Os agiotas cessaram as apostas,
Deus perdeu...
Morreu...
Foi pai benevolente,
hoje esta consciente q de qd em vez,
nos devia ter dado um açoite.
Cansou-se,
de nos ouvir à noite a pedir para sermos ricos,
em vez de pedirmos para sermos melhores,
de lhe devermos favores nunca saldados,
ou respeitados...
De o acusarmos de não nos fazer mais felizes,
quando a felicidade é uma opção nossa...
Tanta ingratidão, por fim fez mossa...
Agora, ele já não mora mais aqui,
cansou-se de nós,
filhos ingratos e chatos...
Eu agarrei-me aos pés dele...
Implorei-lhe q ficasse...
Não adiantou de nada...
Ele nem olhou para mim...
Também o desiludi tantas vezes...
Sempre pedi que alguém me amasse
e ele amou-me todos os dias,
mas eu achei pouco...
Partiu a chorar pela nossa sorte,
loucos, tontos.
condenados à morte a darmos valor a tudo,
menos ao amor...
Estava farto...
Farto do cheiro da miséria,
Farto de ser o culpado de tudo,
num mundo q não pensa em mais ninguém
e só lhe pede recompensa...

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segunda-feira, dezembro 14, 2009 - 16:58

Ministério da Poesia :

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Librisscriptaest

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