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Ode ao caos (Nietzsche no hoje, no ontem, no amanhã)

I

Apresento-lhes o homem que matou Deus:

Vocês estão me vendo
Estão acostumados a me ver,
Assim sereno, com olhar triste
E calmo.
É aí que vocês se enganam,
Sou um titã na pele de minha aparência,
Sou uma bomba atômica
Esperando à hora certa de varrer a humanidade.

O homem merece meu ódio.

Sou uma ogiva
Esperando, enquanto aprendo a me detonar.

Minhas palavras são fortes
Cuja força e ódio tendem a se multiplicar.
Quando eu alcançar a raiva máxima
Anunciarei minha destruição.

Meu nome será lembrado após um grande acontecimento.
Só não quero que os tolos venham a me entender mal,
Relacionando-me a algum santo,
Menos ainda a algum demônio.
Penso, escrevo e então estou além.
Divirtam-se e continuem a não pensar em nada,
No momento certo saberão,
Só que suas mentes estão atrasadas em anos.

II

Se estou destruindo a imagem de um dos seres mais importantes da face da terra
É porque este ser já se destruiu.

Evolução científica e tecnológica não são crescimentos sociais.

O presente encontra o passado para unir-se ao futuro.
Tarde demais para quem quer mudar o destino da humanidade,
Sem antes educar-se.

O que vejo é uma sede pelo ego dos que são arrogantes.
O que vejo é o medo de perder e tornar-se um verme.
E esse medo faz do poderoso um aniquilador de vermes.
É um plástico no rosto.
Os vermes esmorecem, são a maioria,
Mas não sabem que na revolução quem ganha é quem tem o número,
E não quem tem as armas – são minorias.

Todos são auto-destrutíveis.
Tudo é caos.

Eu adoro me inspirar nesses vacilos.
O meu fascínio é pela balbúrdia e pela desordem...
Eu quero frenesi para dar a luz à aberração profética.

Vocês me ajudam a arrastar o futuro para perto,
A despertá-lo, fazendo o Amanhã decadente e viciado em drogas
Confessar seus segredos.
A plebe mais do que nunca só encontra conforto na imagem
Daquele que eles mesmos pregaram na cruz.

Até quando Deus perdoará pela morte de seu filho?
Se eu fosse um pai, seria vingativo com aqueles que maltratassem o meu sangue.

O diabo não mora no inferno profundo do pós-morte,
Ele mora no profundo inferno de nós mesmos – em vida.

É duro entender o arrependimento disfarçado.

III
O reflexo dos atos
(Nietzsche no hoje com o pensamento no passado de seu pós-presente)

A filosofia é um monstro que encarna na alma do filósofo.
O filósofo é um visionário,
O ser que arremete suas palavras para longe de sua época.
O homem é o grande “meio”.

Uso a força da dor causada pela minha doença
Para romper o tempo:
O homem contra o homem, cria o meu nome.
Sou a forte palavra interpretada por Hitler,
Sou a estranha suástica imponente nas bandeiras e nos uniformes do exército alemão,
Sou o que ao longe vejo agora,
Longe dos portos, longe do espelho de minha face.
Sou o judeu torturado,
Sou o torturador de judeus,
Destruo tudo depois de ser disparado por um tanque.
Milhares de soldados sincronizadamente em marcha formam o meu corpo.
Armas em punho!
O mundo é pequeno e cabe nas palmas de minhas mãos.
A palavra é um Deus anônimo, cujas qualidades são inexplicáveis.
Matei a mim mesmo quando atirei no inimigo
E quando o inimigo atirou em mim...
Sou aliado, sou, sou, sou...

Voei com armas modernas nos céus da tortura,
Desfacelei-me quando dos céus caíram bombas.
Sou o amor de Deus e a morte de Deus,
Sou a luta do amor de Deus contra a morte de Deus,
Mas o amor de Deus ainda é vitorioso.

As medalhas brilham a minha honra,
O grito, a motivação, o ódio, a fúria...
Alimentam a minha fome de matar para prevalecer uma raça.
Estou com o meu filho nos braços, e com os olhos fechados
Tentando encontrar nossas vidas debaixo dos bancos da igreja
Após o bombardeio.

Meus dedos são frotas de grandes navios, submarinos e fragatas,
Quando passo as mãos nas águas do mar.
Atiro para vencer e explodir o adversário!
Atiro para vencer e explodir o adversário!
Minha face são os dois lados:
Bato de um lado e apanho do outro,
Apanho de um lado e bato do outro.
Sou o cérebro e o capacete partido pela bala,
Sou a bala que partiu o cérebro e o capacete.

Meus ouvidos ouvem as sirenes do ataque antiaéreo,
Minha voz é a sirene do ataque antiaéreo.
Ataco e me defendo,
Defendo-me e ataco.

Sou o soldado que acreditou até morrer,
Sou o pensamento e a arrogância dos grandes líderes.

Costurei a cortina vermelha de aço
E a dependurei em minha janela,
Janela da casa da mãe Rússia.

Sou o Pearl Harbor em agonia!

Minha pele são tijolos do grande muro.

Transformei-me no homem que sou,
Sem saber que sou o homem que um dia quis ser.

Não me calo, porque outros seres não sabem serem mudos.

Tornei-me um sábio,
Um sábio no consentir do vocabulário.

Disseminei a morte quando caí sobre Hiroshima e Nagasaki.
Sou o Roosevelt, sou Hitler, sou Japão, sou Stalin,
Sou os seres que foram, que são e que serão.

Não consigo fugir sendo o esconderijo,
Não consigo me entender sendo um lastro de vários pensamentos,
Não consigo viver sendo diversas mortes,
Não consigo morrer sendo diversas vidas,
Não consigo criar sendo diversas destruições,
Não consigo destruir sendo diversas criações.

Também sofri,
Também morri,
Quando ataquei,
Quando matei.
A explosão no metrô cujo álibi é a crença
A destruição das torres cujo álibi é a crença.
Agonisei-me de dor, sofri a perda.
Sou o pranto em seus desígnios.
O fanatismo arrasta os fanáticos para a guerra, para o terror...

O poder do altíssimo está na pólvora, nas mentes, na nuclear criação do homem.

Alguns fanáticos matam para falar com Deus
Alguns fanáticos pecam, matando mesmo sabendo que matar é pecado
Alguns fanáticos são apenas fanáticos:
Falam, interpretam e afogam-se em suas interpretações.
Toda essa mistura culmina em outra grande cruzada
Que acarretará na morte de Deus,
Numa morte de diversos gêneros.

O grande representante do todo poderoso
Agora senta em tronos luxuriosos
Rodiado pelos seus amigos – ouro.
Prega o nome de Deus
Dizendo para largar o luxo,
Enquanto se embriaga com vinho bom,
Servido em taça de ouro.
Mas o verdadeiro vinho
Está morrendo e apodrecendo na vide.
Dai-nos o vinho novo!

IV
(..........sobre o amor..........)

Nietzsche caminhava por uma longa estrada com curvas e precipícios,
De repente ele encontrou uma senhorita que dizia chamar-se Amor,
Nietzsche perdido na encruzilhada pediu ajuda a bela dama,
Ela olhou em seus olhos e sorriu,
Deu as costas e partiu...

“A estrada eu sempre encontro, pois perco-me para encontrar-me”.
O Amor é um suspiro
Um vulto, uma miragem...
Basta fecharmos os olhos que o perdemos.

Incurável é a gangrena aberta cheia de bicheira.
Sigo só, bastante só....
A amizade e o amor são uma guilhotina,
Cuja lâmina é a traição.

A falta deste estratagema fecundou uma criança
Gerada no meu cérebro...
Foi parido assim, o grande Zaratustra.

Apresento-lhes o Dionísio!

V
(O fim)

Enclausurado nas afeições sem ser afeiçoado.
Mitigado por afetos vindos de semblantes
Camuflados.
Um erro versátil conduzido pelos amantes.

Entregue-se na volúpia de minha carne,
Que minha carne pactua com seu desejo.
Deixe seu desejo agonizar em seus lábios inermes,
Que meus lábios acordam para o ensejo.

O êxtase ludibria o pecado em sua treva,
Traz o céu para consumar-se ao fogo,
Trava uma luta de prazer na relva...
Na relva de nossos corpos flutuando no epílogo
Dantesco dos atos da paralisia cerebral
No auge da comunhão que é mais que carnal
Quando esquecemos que vivemos uivando
Como lobos na alcatéia da magia do mundo anormal.

Estou indo apesar de perdurar nos arremedos...
Vôo do estorninho!
Minha alma é a chama da tocha,
A chama o sol
E a tocha o universo!

Apresento-lhes o Crucificado!

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quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 23:32

Ministério da Poesia :

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FranciscoEspurio

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