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perguntei ao tempo
Abri aquele teu livro antigo e mudo
Desprovido de letras outrora impressas,
perguntei ao tempo porque as tinha apagado
mas ele discordou de mim e respondeu
num sopro distante, seguro e amargo:
- são teus olhos menina, são teus olhos…
Então cerrei-os rapidamente
abrindo-os de imediato sem pestanejar.
E com um gesto de loucura procurei as letras outrora impressas
e me apercebi que sempre ali estiveram,
bem diante de meus cegos olhos,
absolutamente intactas.
O vento fez me recordar tudo o que escreveras de mim
quebrei o olhar,
fechando abruptamente os meus olhos
avivo os meus pensamentos avistando pecados de memória
a ondular agora por esta sala
fazendo despertar desejos cálidos
por todo o meu corpo já deitado e anestesiado de amor.
Sinto o teu leve tocar sobre a minha pele,
Renego impulsos momentâneos de prazer
Já não controlados pelos meus instintos
Nem pela minha tão controlada voz…
Que se abre intuitivamente
A qualquer hora da vida para te dizer
Que te amo…
Não foi o tempo de sopro amargo e distante
que ventou estas palavras para ti,
ele apenas as encaminhou para que nelas sintas
sempre este meu amor
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Ministério da Poesia :
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