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Resposta a uma carta
Fico contente em receber suas palavras, que no momento serviram de conforto, pois às vezes me sinto o único na batalha de gigantes. Esta batalha é um reflexo daqueles que procuram encontrar as diversas maneiras de expressar o que está à vista ou fora da visão através da escrita.
Pobres são aqueles que não conhecem o poder da escrita e simplesmente acomodam suas mentes, trocando a caneta, o lápis, ou seja, o ato de escrever pelas imagens que muitas vezes só servem para torturar suas capacidades de pensar e esta tortura só tem um nome, “lavagem cerebral”.
É inimaginável o poder que temos quando escrevemos e quando selamos o pacto com as palavras que são tímidas por natureza e que com elas dançamos várias músicas, algumas suaves e doces outras fortes e loucas, surgem daí, textos, contos e poesias. Esta música tem que ser dançada de maneira rítmica, uma sincronia entre o pensar e o escrever.
Cada indivíduo tem o seu cosmo interior em seu cérebro.
O nosso cérebro é pequeno, mas a imaginação e o pensar transformam o mesmo em um universo infinito, místico, fabuloso e cheio de surpresas.
Quando fazemos amizade com as tímidas palavras que sempre se escondem nas cavernas escuras do pensar, no momento em que as evocamos, estamos nada mais, nada menos, que descobrindo nossa invencibilidade e eternidade ocultas.
Quando escrevemos somos um Deus, criamos e destruímos, amamos e odiamos, nascemos e morremos...
Navegamos no mar da sabedoria e atracamos o “resultado” na ilha onde é celebrado todo um culto de iniciação do “iluminado”. O caminho desta iniciação é árduo e como tudo tem sua fonte de energia a escrita também tem a sua, que é a leitura.
Ao poeta Adriano Pimenta.
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