À dimensão do horto …

A dimensão do consciente
Não é fixa nem muda,
Apenas o pensamento mudo,
Ao pensar, consciente de tudo

E do cosmos todo mas apenas
Na dimensão que me moldou
Em outra não … ou não todo eu,
O coração é d’outra coisa fora,

Doutra forma, dess’outro mundo
Sem céu, que não se explica,
O que tenho de bom é que
Me acomodo ao instinto

Como se fossem aguas paradas
Quietas, o que me inquieta
Inclui e cria, encanta o que há em mim
Do universo outro,

O que não faria pra me tornar
Paisagem dispersa, disperso eu
Que penso, pensando possa ser jardim
Secreto onde dentro me deite.

A dimensão do consciente
Não é fixa nem muda,
Em mim muda e sente alquimia
Em gente, gemas e opalas

Enquanto que, de ouro nada
Uso nem mais caro nem tão belo,
Sou o que penso, enganado
Plo que vai acontecer no fim,

O que mudou foi a veste
Que me cobre, cobriu um estranho
E agora eu, que me descobri
Consciente, lúcido quanto a mim,

Ouro falso e sem lei segundo
Quem me lê, que me não creio
Bem e me finjo de ser Rei Santo,
Assim as ramagens me falassem

Do alto e com os braços esticados,
Do monte, ainda as tento escutar
Impaciente, no meu mando
De alquimista fixo ao chão,

À dimensão do mundo, do horto,
À dimensão de tudo, do instinto,
Do consciente, do outro, do monte
Da ramagem, do horizonte, da paisagem,

À dimensão da Aorta-da-gente …

Joel Matos (09/2017)
http://joel-matos.blogspot.com

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Thursday, February 8, 2018 - 09:12

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