O Amor no Paraíso
Poder reconhecer esse tempo
Na mais pura inocência
Um jovem conheceu o seu reflexo em forma de mulher.
Sem saber como tocar,
Ensaiou timidamente um gesto lento…
Mas também esse gesto assustava…
Era um espelho, um retrato vivo de uma ninfa,
Tão feminino como mortais as rosas são.
Então o jovem cobiçou.
O outro lado da vitrina…
Voltou.
E o espelho era só um vidro.
E o espelho era Mulher-de-Carne-e-Osso.
Da timidez assustada, nasceu a admiração… deslumbramento, Vontade
E o toque suplantou a razão.
« E o toque foi inevitável. O toque foi recebido sem dúvidas, como apenas acontece no centro do sonho mais profundo, ilusão mais sincera e verdadeira… a real visão do paraíso, real inundação dos sentidos no firmamento,
Do alto céu cósmico… »
O toque multiplicou-se… progrediu em pura paixão
Carícias e abraços debatidos,
Arremessados dos dois lados.
Gestos abruptos e excitados…
Eram ondas fortes e quentes.
Uma enxurrada de beijos,
Beijos exaltados e embrulhados.
O cheiro a sexo exalou…
Inundou o ar.
E o fim era o princípio.
A dor era prazer.
Lá naquele espaço e tempo,
Rasgaram-se!
A pétala caiu e o hímen rompeu,
O prepúcio rebentou,
A semente brotou…
Tudo se libertou.
De dois nasceu um.
Ricardo Rodeia
in As Pedras e os Buracos...
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Comments
Paraíso do Amor
Como seria bom que todos os amantes, um dia amassem alguém assim, desta maneira: intensa e apaixonada.
Parabéns pelo belo poema, só prova que além de poeta também és um sentimentalista.
Beijo
Joana
Obrigado! Um estimulo para
Obrigado!
Um estimulo para mim "desenhar" poemas que outros também apreciem.
Bjs.
Ricardo