Seres Perdidos
Claro está para as mentes conscientes que não podemos forçar ninguém ao amor. Podemos deixá-los na ignorância irreverente dos não amados. Os que não se deixam amar, tão egoísticamente, também não deixam de querer de outrém vagas de emoções douradas, calorosas, para poderem afirmar, calidamente, que encontraram um dia, sabem o que é, o amor. Mas o que é o amor nestes tempos tão negativos? Nos dias que não são dias, em que as horas existem mortas, frias como as noites invernais. Deitado numa cama, jaz algures no mundo um pobre tolo que ambiciosamente se suicidou, na noite cálida que lhe abraça o rosto amparentemente calmo, escondido no recôndito dessas sombras que lhe amargam o olhar antes tão inocente. Tantas são as vozes que ouve lá fora, fazendo companhia ao trovejar belo da tempestade do seu ínterior. À janela do seu espelho, sabendo não ser possível, abre os seus olhos para uma realidade paralela. Um instinto que sabe ter morrido, grita-lhe baixinho que abrace a oportunidade de viver o que deixou morrer, sinta o poder do seu coração, a união dos espíritos que se amam e se renegam. Um beijo será sempre um beijo, mas só o sentiu quando a ela se uniu. Desistiu de uma luta perdida, condenada desde o seu começo. Nada é o que parece ser e o homem que ele era de anjo nada tinha. A sua alma era negra, ambiciosa demais para sucumbir a um prazer alheio ao qual não poderia nunca controlar. O não querer se desprender dos bens materiais nada dá, pelo contrário só tira. Neste momento, em que somos jovens de alma, conhecedores do mundo, da vida, conhecendo o prazer delirante, deleitoso e tão caloroso da estrela mais poderosa deste universo, podemos afirmar com toda a certeza espirituosa que tudo tem o seu caminho, o seu tempo, a sua vida. Pequenos passos, levam-nos a grandes caminhos, encruzilhadas de uma vida, que conhecemos uma e outra vez. Não necessitamos de um álibi para encurtar um amor, somente de ouvir o nosso instinto primitivo que nos tende a comandar tão verdadeiramente.
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Comments
seres
em que ponto da estrada nos começámos a distanciar uns dos outros
e até de nossos próprios ideais?...
estamos cada vez mais isolados e nem sequer dos damos conta - as
amarras são muito fortes.
os egos obstinados derrotam-nos e destroçam-nos.
depois da queda, é mais difícil mas por vezes consegue-se
uma gloriosa nova oportunidade.
Um abraç0o!
Abilio
Amigo Henrique, a queda pode
Amigo Henrique,
a queda pode ser uma queda vertiginosa e uma escalada ainda maior de volta à superficíe terrestre com os seus bons e maus seres.
Um beijinho,
Joana.
Querida, Joaninha,
Querida, Joaninha,
reportando-me ao teu último comentário, a minhs palavras. Discordo em absoluto, que me o ensinou a vida: Primeiro tem de se GOSTAR, é é sim, e em si, nome e sentimento, escuta o que te digo, só assim se parte para o AMOR, que não tendo explicação, como sói dizer-se, se explica muito bem, que é quando duas pessoas se passam a amar, pela mesma forma, no GOSTAR em estarem sempre juntos um do outro, desfolhando sentimentos e emoções, num bem-querer, de um querer bem, a todo o instante. Amar nunca há de, quem não GOSTA primeiro e se abre em flor, daí para o passo, que é um e o mesmo, por seu nome. GOSTA: Só depois podes AMAR e sentir-te AMADA. Ficam estas minhas divagações, a verdade que cresce do mais pequeno para o maior, sem qualquer arrogância minha ou julgar-me mais do que sou, sei e mais virei a saber, que a vida, me o dirá, a cada nova manhã. Os sentimentos perduram, nunca o contrário.
Então, mil beijinhos.... minha CARA!
Jorge
Querida, Joaninha,
Em tuas prosas, desde que as lei-o, nunca deixaste de dizer o que pensas, que é o teu julgar, tuas convicções, ideias e ideais, nem te vejo cair no erro de colorir o que cor não tem. Sempre verdadeira expões tuas palavras sem medos nem pejos, pois que nunca escreves para agrado de ninguém, apenas e só para, entre o que julgas tuas certezas, a meio de outras tantas incertezas, no te questionares sempre, chegue o dia em que as dúvidas , não sejam mais que simples exercicio de pensamento, que saberás fazer a sua devida separação e uma razão se faça (embora a razão como o sentimento e o pensamento, não sejam só por si, exatas ciências!) Por isso escreves e escreves, até ao encontro final.E já que se fala de amor também, eis que assim o vejo: amar e ser amado, como a solitária palavra amor, não exige sabedoria, apenas entrega, ao que nos dita o coração. Que ele não se engana, o engano vem de nós e o que pomos nele, sem qualquer convicção. Como sempre, minha querida, gostei muito de te ler e de deixar meu parecer: alvo de sofrer contraposição, como em tudo na vida.
Beijinhos mil
Jorge
Querido Jorge, certo é que
Querido Jorge,
certo é que escrevo para mim, são desabafos sentidos do que me vai na alma, as minhas dúvidas, as certezas, as dores, os sentimentos. Nunca escrevi pensando em alguém, se o fizesse não estaria a pôr em prática uma das minhas grandes paixões, que esta arte bem dita que me faz esquecer por vezes tudo o resto. São desertos paralelos, meu caro, onde a divagação é a alma e o pôr do sol de excelência!
E Amar, é impossível definir o amor, se o definirmos arriscámo-nos a apenas Gostar. Um gosto pode ser definido. Amar não tem explicação.
Beijinhos em ti,
Joana.
Cara amiga, Débora, por vezes
Cara amiga, Débora, por vezes amamos demasiado a ideia de amar do que amáms realmente quem julgávamos ser a nossa metade.
Seres Perdidos
Nem sempre somos aquilo que imaginamos ser , nem amamos como imaginamos que o amor possa ser.