Revista ao corpo, minha casa
Passei em revista
o corpo, minha casa.
Pensei encontrar
tudo em desordem…
Comecei pelo exterior,
partes mais visíveis
membros,tronco,
pescoço e rosto.
Não havia pressa…
Verifiquei, apalpei, mirei.
Nada notei…
Em desordem!
Virei-me para o interior…
Apelei aos meus sentidos,
sentinelas de percepções
que extravasam sensações.
Senti o sangue correr…
Sem obstáculos, nas veias.
Sosseguei…
Detive-me atentamente
em outros compartimentos:
sala de visitas,
quartos…
Tudo a meu olhar
parecia repousar…
Donde vinha a inquietação
da mente,
do coração?
Sentia-me contente
mas algo clamava atenção.
Seria a alma em suspenso
de visita inesperada?
Certamente que queria
estar bem enfeitada
para receber o imprevisto.
Lavei-a em cheiros de rosa
que colhi, no meu jardim.
Retirei qualquer espinho
que a pudesse magoar.
Perfumada e sorridente
sussurrou ao meu ouvido:
acalma-te, não faz sentido
tanta preocupação.
Respira fundo,
deixa-te levar, de mansinho.
Adormece, aconchegada,
no teu ninho,
de sonhos possíveis
e rico de carinho
quando te dás, em sorriso
Segui o conselho…
Nada havia em desalinho.
Saio de dentro de mim.
Viro-me para a natureza
que contemplo na sua beleza.
A paz instalou-se, fora de mim…
O conselho ficará
qual sinal postado no caminho.
Assim afastará
a tentação de consertar o meu destino!
OF 19-02-2011
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Poesia :
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Comments
Amiga, Belíssima e profunda
Amiga,
Belíssima e profunda meditação, que fora encontrou as tuas palavras, materializando-a nesse belo poema.
"Saio de dentro de mim.
Viro-me para a natureza
que contemplo na sua beleza.
A paz instalou-se, fora de mim..."
Adorei ler-te!!
Beijo
P/ Suzete Brainer
Querida amiga, Suzete: uma vez mais agradeço a tua presença e comentário relevando o essencial da mensagem.
Com algum humor, ponho em poema uma viagem pelo meu EU, como se eu mesma me operasse e certificasse que não havia por que me queixar.
Contudo o mal estar permanecerá...
(A ver se venho ler-vos com mais frequência, mas quando há outras prioridades, nada a fazer...)
Muito grata..
Um no teu