Ensaio sobre gravidade
É nas pessoas que se conhece o mundo…
Às costas, uma obra em ruínas
Pedregulhos e estilhaços de vidro
Que deixo na berma da estrada
Se a subida fica íngreme
Bebo licores, cambaleio, mas sigo em frente
Dêem-me o ópio da china
Para sair fora de mim
Conto pequenos dilemas a grito
Deixo os mortos para trás
Mais a dor ao abandono
Para aliviar o peso, porque ainda falta caminho
É esta raiva
Que me leva para ao fim
As juntas já vertem diesel nas plantas
Porque a máquina tem folgas
Paro na oficina do tempo, uma e outra vez
E espero por Newton
A vida é um alpendre invisível
De tábuas que rangem aos passos
De espanta espíritos magnéticos
De cadeiras empoeiradas
Com vista para um pomar de macieiras
E descontos fim de estação
É nas pessoas que sinto gravidade.
Costa da Silva
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 676 reads
Add comment
other contents of CostaDaSilva
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | crescem mendigos nas ruas | 2 | 443 | 06/26/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | passos na estrada | 3 | 363 | 06/25/2010 - 13:17 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | os poetas não têm sombra | 2 | 381 | 06/23/2010 - 17:30 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | elos de solidão | 2 | 524 | 06/22/2010 - 15:31 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | as pontes | 0 | 478 | 06/22/2010 - 15:15 | Portuguese |
Comments
O mundo é perfeito com todos
O mundo é perfeito com todos os seus defeitos
Mas a pessoas, essas não…
Faz pensar tua poesia, e é bem verdade aquilo que dizes,
Gostei de te ler
Beijo