ESTE COMBOIO NÃO VAI PARAR
Levo na bagagem, uma mala de mão,
Apenas e somente com aquilo que a mim pertence,
Mãos vazias, sorriso aberto e meu livre coração,
Decidida a partir para tão longe, que nem a vista me alcance...
----
Olho pela janela deste comboio, que tomei,
O que lá distante deixei...
---
Sem dar explicação, motivo ou até mesmo razão,
Sem querer saber o que pensavam, desta minha decisão.
---
Observo que lá fora, a vida corre feito um turbilhão,
Que as pessoas quase se atropelam, nas suas decisões,
Não mais sabem, que caminho devem tomar, e andam em contra-mão,
Não mais olham umas para as outras, nem muito menos para seus corações.
---
Fecho os olhos e choro lágrimas que haviam sido guardadas,
Para uma ocasião especial, como esta,
Para uma partida talvez...para uma destas despedidas,
Ou até mesmo, para uma especial, como o meu aniversário, uma festa.
---
Desta vez, o comboio não parará em nenhuma estação,
Tomei um rumo, quase sem retorno, só com bilhete de ida,
Não que esteja arrependida, mas...nunca lidei bem, com a solidão,
E agora, aqui estava ela, bem á minha frente, com a minha vida...
---
Os motores arrancam nesta locomotiva...
Dá-se o último aviso de partida,
Ao ver, amigos e família a despedirem-se, fico comovida.
---
Digo, adeus, num acenar de braço,
Enquanto a imagem desvanece no horizonte,
E, levo na memória, aquele último beijo sentido, lágrima, abraço...
---
Penso que talvez eu mesma, fosse como este comboio,
Expressa, apressada, cheia de gente, sempre diferente,
Não importava quem levava, apenas importava dar apoio,
Apenas queria ajudar, fosse quem fosse, indiferentemente.
---
Dando tanto de mim, sempre a alguém,
Cumprindo horários, agendas,
No trilho a rodar, sempre de apito na mão, comandando como ninguém,
Nunca me esquecendo de nada, sem precisar de anotações, adendas.
---
Parto, com destino a mim, ao meu intimo,
Queimando carvão e lenha, como uma caldeira,
Deixando-me levar, até ao meu limite, ao meu infimo,
Combustivel de mim mesma, sou como um toro de madeira.
---
Este comboio, não mais vai parar,
Entre túneis de solidão e vistas de amaragem,
Ele vai continuar a rodar,
E acabaremos juntos, nesta minha viagem.
---
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Tuesday, May 22, 2012 - 12:38
Poesia :
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Comments
Comboio que não descarrila.
Só espero que o teu rodar,
Jamais seja como os carris,
Linhas brilhantes do pisar,
Que seguem paralelas,
Que nem no horizonte,
Essa grande ilusão,
Se chegam a tocar,
Porque são linhas paralelas.
Mas o teu comboio avança,
Sem queimar lenha ou carvão,
O seu combustível é a esperança,
Que passa rio, vale e monte,
Acabando no belo sorriso de uma criança.
Parabéns, é mesmo muito bonito.
E acaba mesmo...num belo
E acaba mesmo...num belo sorriso, como se voltasse a ser novamente uma alegre criança.
Obrigado pelo comentário em jeito de poema, adorei!
Beijo
Joana
Ficou muito bom... Gostei
Ficou muito bom...
Gostei bastante.
Abraço, ...)...(@
:)
Obrigado cara
Obrigado cara Keila.
Beijo
Joana