"Não!"

Nuvens de tempo
Teimavam secar as minhas lágrimas…
Desejavam findar as minhas dúvidas…
Ansiavam entender a minha lucidez
Cheia de imperfeições.

Nuvens de contidos desabafos
Permaneciam no azul do céu
Que, para mim, já nada tinha de azul.

Nuvens de poeira
Sobrevoavam as horas do relógio,
Angustiando-me e enlouquecendo-me…
Esvaziando-me!

O vento das lembranças apareceu
E eu, novamente, te amei...
Como da primeira vez que te dei
O que de imprescindível guardava dentro de mim.
(A minha alma…)
Amei e chorei!
Por isso,
Aprendi que o medo corre para longe de mim
E, hoje consigo dizer-te:

És tu que vais partir
Porque contigo nada quero sentir.
És tu que vais chorar
Porque só desprezo te consigo dar.
És tu que vais sofrer
Porque o amor que emanas é falso como o poder!
O poder que te sustenta…
O poder que te ilude…
O poder que te mata
E, te torna desprezível!

…E o vento das lembranças dir-te-á para sempre:
“Não!”