OS MEUS POEMAS

Os meus poemas

 

Nascem os poemas da minha mente que ainda trabuca,

Pensa que sabe fazê-los, e por vezes parece estar maluca,

Maluca assim, dela eu gosto bastante,

Ela minha, é o que tenho de mais importante,

Faz das coisas sérias, tretas para eu rir,

Se eu levasse a vida a sério, loucura ia sentir,

Pois ela tão complicada que dá vontade de chorar,

Mas como eu não quero lágrimas, gosto de me animar,

Porque ela me deita abaixo, lá em baixo eu já estive,

Confesso que não gostei nada e cá em cima me detive,

Por isso eu gosto de rir de algumas coisas sérias,

Divertindo – me e rindo sempre nas minhas lérias,

Para me esquecer da loucura para onde este mundo vai,

E para me sentir melhor eu até já sou pai,

E ensinar aos meus filhos que aprendam a vida a rir,

É muito mais sério aprender assim, para não terem de fugir,

Para longe do seu lugar onde sentirem bem,

Gritarem bem alto para todos os lados e para o além,

Nunca levem a vida a sério, podem crer, não vale a pena,

Nós podemos ser grandes mesmo com alguma coisa pequena.

Eu já fui menino, chorei de tristeza e de alegria,

Agora que já sou velho quero rir algumas vezes por dia,

E assim vivo o meu tempo, nunca esquecendo o passado,

Ele vive comigo no meu sempre mas já está enterrado,

Ele ensinou – me a fazer o futuro que nunca o alcançarei,

Por mais que eu corra para ele eu nunca o conhecerei,

Mas para ele faço planos ou sonhos para ser o que quero,

E da realidade destes sonhos posso ser o que eu espero,

Passo a passo eu fui vivendo e a velho já cheguei,

Agora o futuro é mais curto e o passado engordei,

Mas seguirei sempre o meu caminho enquanto puder pensar,

Pois enquanto penso eu existo, já não quero mais chorar,

Já nasci com a minha certeza única que tenho e vivo,

Desta certeza eu não posso fugir, dela ou sou cativo,

Por isso eu quero rir sempre que tenha vontade,

Não quero levar a vida a sério, quero viver em liberdade,

Sem me esquecer do amor que tenho ainda para ofertar,

Do amor que recebi e que não o quero guardar.

O amor não se deve esconder, dá – lo com um abraço,

E com o amor eu vou ainda aprendendo a saber o que faço,

Quero também ensinar mesmo sentindo o meu cansaço,

Assim eu sei que vou vivendo rindo da minha idade,

E por ser agora velho, com saudades da mocidade,

Eu quero rir e brincar e ter de volta a minha criança,

E com estas brincadeiras a vida não me cansa.

 

Tavira, 31 de Dezembro de 2010 - Estêvão

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Tuesday, April 23, 2013 - 09:03

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José Custódio Estêvão

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