TENHO PENA
Tenho pena
Porque será que ninguém da minha família, aprecia o que eu faço?
Faço com tanto gosto, com tanto amor coisas no meu espaço,
Depois pergunto: queres ouvir este poema que acabei de fazer?
O silêncio é a resposta e eu fico a olhar sem a resposta receber.
Gostas desta pintura, desta paisagem que saiu da minha inspiração?
Não olham às vezes, outras vezes olham, silêncio nem sim nem não,
De momento fico triste, porque não ouço uma palavra de incentivo,
Ou até uma palavra, não gosto, mesmo ouvindo nada, não desisto.
Continuo a escrever ou a pintar ou a fazer outra coisa qualquer,
Qualquer coisa que me vem à cabeça, faço o que me apetecer,
Mas gostava de ouvir da minha família uma palavra apenas,
Não para dizer que gosta mas uma palavra só, das pequenas.
Ficava contente, mas eu levanto a cabeça e a minha auto estima,
Não deixo cair os braços, tenho muita força que me anima,
É uma vontade imensa que sinto de criar o que me vai no pensamento,
De passar para o papel ou para a tela o que penso no momento.
Mas eu insisto, gostava de ouvir da boca das pessoas que vivem comigo,
Apenas algum interesse pelo que faço para me dar mais incentivo,
Eu sentiria a minha vida viver com muito mais vontade,
Pois estas coisas que eu faço, não é um vício, é uma necessidade.
Não faz mal, a minha vontade é muito mais forte do que o desinteresse,
Faço que me vai na alma, preencho a minha vida com o que me apetece,
E assim, o que eu faço vou guardando, são os meus tesouros,
Que fazem parte do passado, mas para mim não quero louros.
Tavira, 17 de Fevereiro de 2011 – Estêvão
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