Destino

O destino não faz questão
de ter olhos.
Sem objeções;
a vida é cada refração
táctil, cada entalhe.
A vida necessita
ser lida em braile.
Destino é dissoluto,
é perpétuo. É volúvel.
É desertor de si mesmo,
o prelúdio noturno.
A esmo um fluxo ininterrupto:
passado, presente e futuro.
Cheira a biblioteca antiga,
fuligem, descontinuação da vida.
Não adianta o porquê,
o burlar, o querer.
O vaticínio moribundo,
já que só sigo.
Não sei de tudo.
Era Hecate, as Moiras,
Morrighan, as Parcas.
Para cada arco da história,
um conto, uma fábula.
Era premeditado, incorruptível;
o fio de prata.
Borra de café, vísceras,
a palma da mão
e também o diafragma.
O sulco na existência.
O discordar pertinente.
A eloquência extrema.
A revelação contundente
com sabor de barco à deriva.
Era paz, fui a guerra,
sou perfídia.
Sutura a pele em que hábito
e só restará uma única coisa a ser dita,
uma observação definitiva a se fazer:
- A morte, sempre será a ultima a morrer!


Bruno Sanctus. 

Submited by

Monday, May 27, 2013 - 17:02

Poesia :

No votes yet

Bruno Sanctus

Bruno Sanctus's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 24 weeks ago
Joined: 04/14/2013
Posts:
Points: 299

Add comment

Login to post comments

other contents of Bruno Sanctus

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Sadness Van Gogh 0 652 06/10/2013 - 05:56 Portuguese
Prosas/Thoughts Natimorto 0 788 06/04/2013 - 23:40 Portuguese
Prosas/Thoughts Golem 0 615 06/04/2013 - 23:39 Portuguese
Poesia/Thoughts Destino 0 680 05/27/2013 - 17:02 Portuguese
Poesia/General Dionysus 0 589 05/27/2013 - 16:54 Portuguese
Poesia/Erotic Tentação 0 514 05/27/2013 - 16:52 Portuguese
Poesia/Disillusion Can U Feel My Pain? 0 512 04/14/2013 - 17:12 Portuguese