Óperas, guia para iniciantes - A FLAUTA MÁGICA - Personagens e Prefácio
![](/sites/default/files/membros/user1195/pera%20-%20capa%20provis%C3%B3ria-png.png)
Autoria – Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
Libreto – Emmanuel Schikaneder.
Personagens:
Rainha da Noite – interpretada por uma Soprano.
Tamino, o príncipe – interpretado por um Tenor.
As três damas, Aias da Rainha da Noite - interpretadas por duas Sopranos e uma Mezzo Soprano.
Papageno – interpretado por um Barítono.
Monostatos – interpretado por um Tenor.
Pamina, a princesa – interpretada por uma Soprano.
Três gênios – interpretados por uma Soprano, uma Mezzo Soprano e uma Contralto.
Dois sacerdotes – interpretados por um Tenor e um Baixo.
Sarastro – o Grão Sacerdote, interpretado por um Baixo.
O orador – interpretado por um Baixo.
Papagena – interpretada por uma Soprano.
Época e local
Egito, num local próximo aos templos da deusa Isis e do deus Osíris. Passado remoto.
Prefácio
Além de sua beleza superior, essa obra de Mozart também se destaca por outras particularidades, sendo a primeira delas, o fato de não derivar doutra obra pré-existente, como é habitual ao gênero.
Baseada apenas na concepção do compositor e do libretista, o célebre Schikaneder – ousado aventureiro, talentoso poeta, bem sucedido empresário e maçom rigoroso – ela apresenta (ria), segundo alguns eruditos, uma segunda particularidade por estar a serviço de certos ideais políticos e filosóficos.
Conforme Nathan Broder, autor de um importante livro sobre as operas mozartianas, a simbologia que impregna o texto, os cenários, os figurinos etc. prestou-se para diversas opiniões, como, por exemplo, à dos alemães da década de 1790, que analisaram a obra sob a perspectiva da Revolução Francesa e, por isso, equipararam a Rainha da Noite ao déspota Luis XVI; Tamino ao povo; Pamina à liberdade; Papageno aos ricos (talvez em razão de sua plumagem) etc. Aliás, essa visão germânica, fazia de Mozart e do libretista “verdadeiros artistas guerreiros pela liberdade”. Por outro lado, na conservadora Áustria, a Rainha da Noite, o símbolo do mal, seria a representação da Filosofia jacobina, cuja filha, a República, seria salva, paradoxalmente, por um príncipe; ou seja, por um membro da Monarquia. Outras correntes viam a Ópera como um relato metafórico da Maçonaria daquele tempo, sendo a Rainha da Noite Maria Tereza (Valburga Amália Cristina, 1717-1789, Imperatriz da Áustria); Monostatos¸ os padres jesuítas; Tamino¸ José II (Imperador da Áustria – 1741-1780); Pamina, o povo austríaco e Sarastro, o célebre e estudioso chefe dos maçons de Viena, Ignaz Von Born etc.
Contudo, essa tendência de “ver” no texto e na música significados ocultos foi diminuindo com o passar do tempo e atualmente a Ópera é vista apenas como ela sempre foi: uma das magníficas contribuições do gênio mozartiano à Cultura do mundo.
Uma obra que atinge o grande público através de vários formatos e que deixa em cada um a satisfação de ter presenciado um dos ápices da criação artística.
São Paulo, 12 de março de 2015.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 810 reads
other contents of fabiovillela
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Others | Arne NAESS - Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 2.487 | 06/27/2012 - 12:32 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | WEB | 0 | 1.592 | 06/25/2012 - 22:32 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Fellini às 8,30 | 0 | 860 | 06/25/2012 - 13:04 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | À Filha | 0 | 754 | 06/24/2012 - 13:47 | Portuguese | |
Poesia/Love | Brisa do Atlântico | 0 | 845 | 06/23/2012 - 12:27 | Portuguese | |
Poesia/General | Sofista | 1 | 1.163 | 06/22/2012 - 21:45 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Rio + | 0 | 881 | 06/22/2012 - 11:35 | Portuguese | |
Prosas/Others | Willard Van Orman QUINE - Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 1.429 | 06/21/2012 - 22:18 | Portuguese | |
Prosas/Others | Ferdinand SAUSSURE - Filósofos Modernos e Contemporâneos | 1 | 1.609 | 06/21/2012 - 20:13 | Portuguese | |
Prosas/Others | Rudolf CARNAP - Filósofos Modernos e Contemporâneos | 1 | 2.613 | 06/21/2012 - 20:10 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Ella | 0 | 1.678 | 06/17/2012 - 12:04 | Portuguese | |
Prosas/Others | Roland BARTHES, Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 1.676 | 06/15/2012 - 11:49 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Botero de Colômbia | 0 | 947 | 06/14/2012 - 12:11 | Portuguese | |
Prosas/Others | Hannah Arendt, Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 581 | 06/13/2012 - 11:59 | Portuguese | |
Poesia/Love | O Voo de Callas | 0 | 654 | 06/11/2012 - 12:44 | Portuguese | |
Prosas/Others | Gilles DELEUZE, Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 568 | 06/10/2012 - 00:15 | Portuguese | |
Poesia/General | A Verdade | 2 | 1.251 | 06/09/2012 - 11:48 | Portuguese | |
Poesia/General | Noturno | 0 | 872 | 06/06/2012 - 13:30 | Portuguese | |
Poesia/Love | Luz das Estrelas | 0 | 374 | 06/05/2012 - 12:59 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Dolce Fellini | 0 | 565 | 06/04/2012 - 13:20 | Portuguese | |
Prosas/Others | Walter Benjamin - Filósofos Modernos e Contemporâneos | 0 | 538 | 06/03/2012 - 13:20 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Lua e Rua | 0 | 1.161 | 06/02/2012 - 13:48 | Portuguese | |
Prosas/Others | Filosofia Moderna e Contemporânea - BERLIN, Isaiah - A Liberdade Positiva e a Liberdade Negativa. | 0 | 930 | 05/30/2012 - 22:47 | Portuguese | |
Poesia/Love | Tantas | 0 | 907 | 05/29/2012 - 14:00 | Portuguese | |
Poesia/General | Ópera | 0 | 758 | 05/28/2012 - 12:05 | Portuguese |
Add comment