Nunca te disse

Nunca te disse que tinha sede de ti, nunca me servi dos teus olhos para me guiar durante a noite. Nunca te disse que precisava de ti, nunca te pedi abrigo, nunca me servi das tuas mãos para ler a minha vida. Nunca te disse que estava triste e que tinha frio, nunca te contei as histórias que ouvi na rua, nem sobre as pessoas que encontrei na estrada.
Nunca te disse que tinha sede de ti, nunca te disse que te amava, nunca soubeste que todas as estrelas do céu tinham o teu nome. Nunca te disse porque achava que nada importava, eu sentia-me assim uma árvore que era indiferente á natureza.
Nunca te disse como sentia a falta do sol, nunca te disse que até o canto mais desafinado me transmitia força, tu nunca soubeste que os pássaros e as montanhas, nunca soubeste que os rios, nunca soubeste como é bom ter olhos e ver tudo, não estar arrependido de nada.
Nunca te disse que estar sozinho é como uma grande montanha, um peito aberto para deixar entrar o sol, nunca te disse que a solidão é para os que morrem e para os que tem vontade de caminhar.
Nunca te disse que tinha sede de ti, nunca te falei dos muros que precisava derrubar, nunca soubeste como me sentia fraco, eu estava fraco por não reconhecer que precisava de amor, eu precisava de amar, de falar, de tocar, de estar vivo.
Nunca te disse todas estas coisas mas agora tu sabes que eu preciso que seja tudo verdadeiro, preciso de plantar flores e de ter sonhos.
Nunca te disse que tinha sede de ti, nunca te disse agora tu sabes que há mais calor quando ficamos mais perto.
Nada está separado de nós, cada gota separada não faz o mar. Agora vamos voltamos e recomeçamos, o sol não se vai apagar, um sorriso no escuro fará o dia

Submited by

Sunday, December 4, 2016 - 19:32

Poesia :

No votes yet

lobo

lobo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 years 26 weeks ago
Joined: 04/26/2009
Posts:
Points: 2592

Add comment

Login to post comments

other contents of lobo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Thoughts a palavra dentro do corpo 0 2.632 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others Não estava nos livros essa angustia 0 2.727 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Thoughts Há aquele momento em que o gesto decide criar o mundo 0 2.368 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others Por cima do muro 0 2.867 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Contos A nuvem que é um anjo e que me quer levar para casa 0 1.933 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Thoughts A fragilidade do mundo 0 2.129 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others desassunto 0 2.709 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Ficção Cientifica O desafinador de criações 0 3.173 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others Os meus gastos dias 0 1.624 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others Deitou-lhe terra sobre os pés 0 1.958 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Others gatos entre paginas 0 1.438 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Prosas/Contos Vais começar a voar 0 1.974 11/18/2010 - 23:47 Portuguese
Poesia/Aphorism O que se pode fazer quando a noite dorme no teatro 0 2.408 11/18/2010 - 16:32 Portuguese
Poesia/Aphorism Em s Bento ou água benta ou atrevimento 0 2.444 11/18/2010 - 16:27 Portuguese
Poesia/Aphorism Os soldados mostram ás estrelas ferimentos de guerra 0 3.036 11/18/2010 - 16:27 Portuguese
Poesia/Aphorism o entendimento completo da morte. 0 1.598 11/18/2010 - 16:15 Portuguese
Poesia/Aphorism O corpo cansado descançou nos livros 0 1.851 11/18/2010 - 16:15 Portuguese
Poesia/Dedicated Agora é a água dentro dele que canta 0 1.711 11/18/2010 - 16:08 Portuguese
Poesia/Comedy Faço a barba com a caligrafia dos poemas 0 1.297 11/18/2010 - 16:01 Portuguese
Poesia/Aphorism Esclarecimento 0 3.018 11/17/2010 - 23:41 Portuguese
Poesia/Comedy Anda alguem a desacertar o relogio do mundo parte 2 0 1.959 11/17/2010 - 23:41 Portuguese
Poesia/Aphorism Na rua havia homens feridos 1 1.395 09/16/2010 - 16:32 Portuguese
Prosas/Letters Carta 1 3.893 09/15/2010 - 21:31 Portuguese
Poesia/Aphorism Quebrasse o frágil vidro do relógio, 2 2.641 09/11/2010 - 01:52 Portuguese
Poesia/Aphorism Quero ouvir outra vez 1 2.054 09/10/2010 - 03:52 Portuguese