A Obsessão e o Psiquiatra

A obsessão era um ser obstinado. Nada do que ela quisesse, ela deixava de conseguir. Muitas vezes chegava até a ser inconveniente, quando decidia querer algo que não estava ao seu alcance. Decidida a alcançar os seus objetivos, muitas vezes chamava a Imaginação e a incumbia de imaginar alguma coisa que pudesse por em prática e que fosse muito eficaz na concretização de seus desejos, muitas vezes obscuros e maldosos. A Imaginação tinha uma mente muito fértil e quanto mais imaginasse, mais idéias iam surgindo.Não que concordasse com a obsessão desenfreada de sua amiga, mas porque sempre tinha excelentes idéias e assim que podia, ia pondo em prática. Com o passar do tempo, que nem sempre passava como deveria passar,a Obsessão começava a dar sinais de profunda depressão. Percebendo o estado lamentável da Obsessão, a Imaginação decidiu que precisava convencê-la a procurar ajuda de um profissional. E foi o que fez. Chegando ao consultório do Psiquiatra, a Obsessão foi logo dizendo que não pretendia desistir do que tinha em mente. Preocupado, o Psiquiatra se deu conta de que ele próprio também era um ser obstinado. Obstinado e persistente: quando decidia que um dos seus pacientes precisava se livrar de suas obsessões malucas, ele próprio assumia as suas obsessões e ficava cada dia mais obstinado. Afinal, a sua obsessão pela profissão é o que o fazia dele um ser obstinado. Mais obstinado que a própria Obsessão.
Débora Benvenuti
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