Aqui jaz

Aqui jaz

Aracnídeos e delgados dedos naufragam no ar,
estalando as juntas, juntos tentando sentir o dia
e rumando tonto rente ao teto, o tato tenta raspar
as moléculas multicores, flutuantes a bailar.

Minha alma solfeja em dó, dolente melodia triste, mortal.
O perfume das flores dormidas, doridas penetram a casa
e o corpo físico, frígio e inerte no instante restante fatal.
Já descansa no sufrágio de um estágio instigante e final.

A morte, por sorte, é irrelevante, fragrante e fugaz,
como um sorriso que não se decifra no instante.
A vida é apenas um momento, tormento doce e falaz
e lembrando de você, lá vem a frase clichê: aqui jaz!

j. thamiel

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Monday, April 8, 2024 - 14:12

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J. Thamiel

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