A marcar pontos no meio da estrada
Ela era alta, esbelta e lânguida no gesto
Subia-lhe pela mão uma dor transviada
A segurá-lo como que a dizer – Basta!
Mas ele não aguentava aquela sensação de se tornar
Anafado e arrepiado
Sempre que ela lhe dizia que o comia inteiro
Se deixasse cair sobre ela a madrugada
(Sim,ele que sempre fora o prodígio dos Deuses
a marcar pontos no meio da estrada)
Mas aquela dor
Que lhe causava uma sensação daquelas…
Pior que uma besta - dizia ele
(Que o não deixava dormir um bocado)
Foto Dolores Marques - Modelo Rita Silva
O erotismo aqui presente, trata-se antes de mais, de ajuizar se a vida deve ser vivida, entranhando espécies pouco proveitosas ao desenvolvimento corporal, mental e espiritual
NOTA: pediram-me para inovar, não pare desesperar
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Friday, April 23, 2010 - 01:17
Poesia :
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Comments
Re: A marcar pontos no meio da estrada Para henrique, Maria, Joã
Henrique, João, Maria e Nuno
Como tão bem já decifraram nas minhas palavras, o erotismo, existe sim, mas não só, e também a vida que se esconde por detrás das cortinas
beijos e obrigada
Matilde D'Ônix
Re: A marcar pontos no meio da estrada
Mas aquela dor
Que lhe causava uma sensação daquelas…
Pior que uma besta - dizia ele
(Que o não deixava dormir um bocado)
Belíssimo Ônix
Beijo
Nuno
Re: A marcar pontos no meio da estrada
"Ela era alta, esbelta e lânguida no gesto" mas ele não a aguentava...e não dormia
gostei como sempre
bjos
Re: A marcar pontos no meio da estrada
Belo testo não tão simples para desvendar, existe erotismo suave anunciada pela escritora, mas também existe dominação do femenino sobre o masculino 'ele não aguentava ser analfabeto e arrepiado'.
'Ele prodigio dos Deuses e ela anunciava que o comia inteiro.'
O marcador de pontos da estrada dominado, mas cusando dor.
Adorei a inovação maravilhoso!
Re: A marcar pontos no meio da estrada
Pontos marcados de uma dor confessada sob madrugadas traídas!!!
:-)
Re: A marcar pontos no meio da estrada
(Sim,ele que sempre fora o prodígio dos Deuses
a marcar pontos no meio da estrada)
Oh prodigiosa poeta, que arranca um conto, um doce poema, um lamento.
Mas aquela dor
a dor dos que trabalham, na obtenção da casta esperança, que as trevas não venham, que com um sopro se afastem. Tudo para nao ser tragado, comido inteiro.
Re: A marcar pontos no meio da estrada Para Mefistus
Há estradas que mais não são que caminhos enviesados. Assim é a vida; no amor, no sexo, mas sempre em sentido rodando no sentido horário até quem sabe ao inicio?
beijos e obrigada amigo
Matilde D'Ônix
Re: A marcar pontos no meio da estrada Para Alex
Tudo dito, e redito nas tuas palavras. Um modo de leitura atenta, que eu já nei sei se a minha escrita poderá sobreviver por aqui
Beijos e obrigada