Afeiticeria do tempo no mundo do Mago Mopheu

Ela acordou, olhou,
não reconheceu,
ambiente nunca visto,
que susto, que imprevisto!!!

A muito custo se ergueu,
olhou, pensou,
"-Onde fui parar?
Será que dormindo me pus a voar?"

Então lhe ocorreu
"Mundo do Mago Morpheu!"
Meio mago, meio diabo,
mundo cinza, de mim projetado.

Um mundo estranho,
um mundo cinza-estanho
meio sem sentido,
meio louco, perdido.

Meio nublado,
meio colorido,
via um rio florido,
correndo em sentido contrário.

Viu um relógio esquisito,
marcando louco, um horário,
Sentia o peito constrito,
muda segurou um grito.

Seu mundo interno exposto
virado, codificado, de estranho gosto,
lembrava que havia uma saída
ficava no fim da estrada da vida.

Após uma grande subida
Havia uma grande descida,
numa porta esquecida,
A fada Luzidia havia-lhe contado:
"-Nunca ninguém sai sem ter-se modificado."

Pensou a feiticeira, eriçando-se inteira.

"- Que irá acontecer,
será que irei me perder?
Perdendo-me me encontrarei,
modificando-me, me salvarei."

Então se lembrou dos ensinamentos,
lembrando seus idos momentos,
"-Feiticeiras não maldizem,
não se afundam em lamentos,
é o que os sábios dizem
(um dos primeiros ensinamentos!!!)

Se lembrou do momento lírico
antes de entrar neste mundo onírico,
e não lamentou-se nenhuma vez
ergueu-se ( foi o que ela fez).

Respirou, pensou, refletiu,
enfrentou, não mais soluçou, não fugiu!!!
"-Feiticeira eu sou,
de feitiço eu vou!!! " Pensamento surgiu.

Embora no bagaço,
com o corpo em estilhaço,
juntou toda sua força,
olhou dentro de sua estranha bolsa.

"- Esta bolsa não era minha,
mas dentro tenho uma varinha,
tenho um saco de pó brilhoso
um sapo verde com cara de preguiçoso".

Um espelho vermelho,
um osso de artelho,
um molho erva seca,
um novelo de linha preta.

-Que será que é isso,
será que faço um feitiço?
Será que tenho saída?
ou será o fim da minha vida..."

Olhou em volta.
"- UAU!!! que cavalo iluminado!!!"

Um branco cavalo alado,
manso animal, já selado.

Pensou,"- Nele me vou"
Feiticeira eu sou,
tenho que cuidar do tempo
tenho este comprometimento".

Juntou na sacola,
seus pertences de esmola,
foi até o seu cavalo
"-Poderia eu usá-lo?"

Varou-lhe um pensamento:

"-Primeiro ensinamento:
Mesmo uma migalha, uma pedra
são feitas de energia,
sem educação não existe magia".

(Curvou-se quase ao chão)
"-Sr. Pegasus, com sua permissão,
desculpe-me pela intromissão,
caro colega alado,
sou do bem, também és do meu lado?"

O alvo corcel,
com seus olhos cor de céu,
assentiu que sim,
"-Suba feiticeiria, suba em mim!!!"

Ela pegou a sacola,
se enrolou na sua velha roxa estola,
e subiu no cavalo alado,
"-voe meu amigo corcel,
cavalgue comigo este céu"

E sairam voando
a feiticeira só observando,
o mundo embaixo passando,
o mundo ao contrário rodando"

"-Caro amigo alado,
Pégasus o cavalo do Mago,
preciso dizer por que vim,
ou já sabes desta história o fim?"

(Falando na voz da mente
responde-lhe o cavalo gentilmente.)

"- Bela e linda feiticeira,
tua história não é a última
nem será a primeira,
O futuro me é revelado,
mas a cada segundo é reinventado"

Portanto de digo o tanto,
para não caires em pranto,
te digo o necessário,
enquanto observas atenta este cenário..."

Ela então, apertou a crina na mão,
voltou seu olhos ao chão,
e viu correr em contrária direção,
a rio da vida, invertendo a hitória vivida"

Viu, ó se viu...

Um tempo distante,
um povo errante,
vivendo na fartura
em harmônica candura

Tudo era lindo,
o povo sorrindo,
jardim coberto de flor,
homem e mulher em amor

Um mundo florido semeado em amor.

( Disse a feiticeira já sem dor)

" -Que mundo este, que magia!!!
Que mundo lindo, de alegria,
Feliz, de doce matiz,
não vejo sequer uma cicatriz!!!"

( Responde-lhe o cavalo alado)

"Este mundo era muito lindo,
pena que agora já findo,
Era o mundo do Rei Dragão,
aquele do qual usavas o coração"

(Quase que a feiticeira caiu,
um susto tomou com o que ouviu)

"- Como que pode ser, aquele dragão vil?
que roubou meu coração e sumiu?"

(O cavalo rápido retorquiu:)

" - Este é o segundo ensinamento:
Não há verdade em pré-concebimento.
Cuidado feiticeira,
tua verdade pode não ser verdadeira,
portanto preste atenção
na história do teu pré-suposto coração"

Pois esta é a história de verdade
a história vivida na realidade,
nem tudo que se conta
a realidade aponta.

Portanto preste atenção,
observe a historia do Rei Dragão,
aquele que usavas o roubado coração"

A feiticeira atônita,
ficou quase agônica.

"-Como roubado coração?
É meu desde o inicio,
não me deixes louca de hospício
é meu desde a minha iniciação!!!"

Responde o cavalo voando.

"Abra sua mente,
nada acontece inultimente,
se tudo isso se passa,
não há de ser de graça.
Te foi contada uma grande mentira,
da verdade sabes apenas uma tira.
Mas entregue seu próprio coração
entregue ele que não será em vão..."

(Um solavanco,
no espaço um tranco,
o cavalo se ergue
a feiticeria segue...)

No mundo do Morpheu, cismo!!!
abrindo-se profundo abismo

Desperta na realidade
a feiticeira, toda, inteira,
suando triste saudade.

"- Que coisa mais estranha,
visão mais tacanha,
que posso eu fazer,
foi um sonho,
belo e medonho..."

Mas...

Ao olhar em ao seu lado,
fica em louco estado,
pulando que nem uma mola
o sapo dentro da estranha sacola.

Então era verdade!!!!
Isso se passou em alguma realidade...

SEGUE...

Então desperta a feiticeira,
como uma fagulha da fogueira,
queria ela mais explicação,
afinal, de quem é o coração?

Um rei com anel de cinete,

segue...

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Saturday, October 24, 2009 - 18:00

Poesia :

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analyra

analyra's picture
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Comments

Conchinha's picture

Re: Afeiticeria do tempo no mundo do Mago Mopheu

Entusiasmante.
Longa história, que se lê, do princípio ao fim, sem paragens.
bjs

Mefistus's picture

Re: Afeiticeria do tempo no mundo do Mago Mopheu

analyra;
sem palavras...aliás , apenas uma
GENIAL.
è magia como escreves, essa mágica que descreves.
è fler e flutuar, nesse Mundo naufragar em sonhos inigualáveis.
è ar,é ar, é ARTE

Sublime

Zezinho's picture

Re: Afeiticeria do tempo no mundo do Mago Mopheu

8-)Ah bem legal o dificil e sempre se acetiar ate para as feiticeiras..Fetiços podem acabar,mas o encanto de tua poesia nunca!Adorei a viajem ou viagem!tanto faz pois o tempo e o mesmo ;-) bjs..

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