Poema marginal

Esse poema já nasceu coitado...

Filho de mãe messalina e pai ignorado,
veio ao mundo imundo, impuro,
impregnado de culpa e pecado!

Trazia em si a fadiga
de um fardo pesado, profano.
Cheirava encrenca, balbúrdia,
vivia em meio à orgia
do submundo urbano.

Abusado, o poema cresceu,
adolescendo ainda mais leviano.
Disseminou verbetes impróprios,
andou por recantos inóspitos,
entregou-se ao apelo mundano.

Já adulto, adúltero,
desregrado, devassado, insano,
ao patíbulo foi condenado
morreu o poema, enforcado
por um algoz puritano.

Malu Sant’Anna

Submited by

Tuesday, October 27, 2009 - 20:01

Poesia :

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malusantanna

malusantanna's picture
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Comments

LaRoche's picture

Re: Poema marginal

malusantanna,
O poema impressiona pela verdade da metáfora.
Parabéns

MarneDulinski's picture

Re: Poema marginal

malusantnna!

Poema marginal

Lindo Poema, mas não sabia que um algoz puritano, tinha poderes para matar um Poema escrito por você, sendo crime, tens que registrar as autoridades!
Com todo respeito e carinho,
MarneDulinski

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