Opaco
Olhar no canto
E esconder o buraco
Pensar à espreita
E atirar na mira
Diagnósticos sutis
De peles vivas
E os poros aspiram
Secretos desejos
Ativos
Benvindos
A festa
Cativos
Depósitos
Do gueto
E queres fazer parte
Na colheita?
Arraste-se
Sentir a corda
Que está ao redor
E
Ao redor da corda você
O pescoço
Animal mutilado
Suplica
A piedade que resta
O corpo todo
Cachorro sangrento
Lacrimeja em gotas
O vazio da alma
E és para estranhos
Apenas um a mais
Que não aparece
E atormenta
Formiga maldita
A sobra do açúcar
És menino
Inocente
Bandido
A estrofe esquecida pelo poeta
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O Estado, a Associação, os Municípios
Eram mortos. De todo aquele mundo
Restava um mecanismo moribundo
E uma teleologia sem princípios. Augusto dos Anjos
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Poesia :
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Comments
Re: Opaco
Anita, um alvo estudado, um atirador fica à espera até "atirar na mira", o suor escorre, a ansiedade consome e assim vem a súplica, a vontade quando o alvo não é atingido... Pode ser perigoso, sim pode, a ponto de ser levado ao enforcamento asfixiante e colossal. O ser arrebenta, destroi, controi, é bom, é mal quando manipulado pelos seu próprios quereres, mas no momento da queda não hesita em pedir perdão. Daí a depressão e o desespero por tornar-se invisível desprezado.
Um grande abraço,
Alcantra
Re: Opaco
Que não aparece
E atormenta
São tantos!
Abraços
Re: Opaco
Nos resta reclamar o que, infelizmente, é da essência humana.
Mas não podemos nos calar.
Adorei!
Parabéns,
Um abraço,
REF
Re: Opaco
Anita
o teu poema é realmente uma verdade criativa...esquecida...que me lembre só a vejo em notícias esporádicamente...ainda crianças escravas vítimas de trabalhos pesados sem quaisquer direitos...infelizmente o mundo que nos rodeia ainda vivem:
" Ativos
Bem vindos
A festa
Cativos
Depósitos
Do gueto"
Um abraço :-)
Re: Opaco
LINDO POEMA!
MarneDulinski