Já é tarde
Fulgor matinal que invade-me
arde fogo vivo, como arde
silencioso formoso sem alarde.
Porém tardio, chega tarde
a noite já invade-me
sinto frio, a vida evade.
Já não rio, aparto-me do que partiu
já quase parto meu fio
sem vida, mal vivida, sinto frio.
Mas arde, embora tarde,ainda invade
Sinto dor e sorrio
ao lembrar um amor que partiu.
Lembro-me do marques de Sade
A cada verso teu que arde
quando meus olhos invade.
Pena que tarde, muito tarde...
da mi'nhalma a esperança evade
(derradeira adorno-me com um verso feito de jade)
Vou correr, amputar-me
vou viver a rezar
vou virar frade.
(Assim quem sabe o desejo
se evade e para ser feliz
não seja tarde)
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Thursday, December 17, 2009 - 12:24
Poesia :
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Comments
Re: Já é tarde
Nunca é tarde...
bjo
Re: Já é tarde
Ana,
Que facilidade em brincar com as rimas, com as palavras, a melodia se torna agradável, a imaginação aflora e a poesia decola... Vai longe e não quer ir embora! Já é tarde...
Beijos amiga! :-)
Re: Já é tarde
Um momento de bela poesia, em versos soltos e com uma cadência interessante
Gostei de te saber bem esperançada, num futuro que nos mova através da boa vontade e de sentimetos verdadeiros, em busca da tal felicidade
Beijos doces
Matilde D'Onix
Re: Já é tarde
O jogo de palavras e os sons causam um efeito: A releitura e re-releitura, e a cada vez um novo sentido. Parabéns, bj.
Re: Já é tarde
BELO POEMA, BELO TUDO, E ME DEU ENCANTAMENTO!
Meus parabéns,
MarneDulinski
Re: Já é tarde
analyra
mais uma vez revelas a grande poeta que és
com a faculdade de brincar com as palavras
moldando nelas uma nostalgia visceral e
tocante.
Identifiquei-me com este poema e gosto
definitivamente do que escreves.
Um beijo e parabéns!
Vóny Ferreira
Re: Já é tarde
menina,
que belo jogo de palavras,
sua sonoridade arde, invade...
Parabéns