Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

Ingratidão: desleixo

Calor: esquenta e esfria
Tanto derrete, muito junta
Calor: luz quente e breu presos à peremptoriedade
Quanto afrouxa, pouco areja

Mente doida de um facínora
Elegante dos bons modos adquiridos
Elegancia, aliás: requisição da empáfia

Menosprezo: desatenção

Odor: fede e cheira
É relógio que marca a hora do banho
Atrasam a fundição de estanho
À estatua de mim sou estranho
Odor, porventura: tapa cego da vida
É reação instintiva da oposta odorífera

Os raios tocam-me sem que haja reciprocidade...

Há roupas a secar
Em popas aéreas, o calor flutua
Seca numa viagem terras (faz-se o deserto)
Os prantos que esmerilho são toadas quentes de ar
Evito a morte esquecendo-me da morte (alheia)

Perene, o sinal dos tempos voa

Desconforto: posição ingrata
Que da solução ambiente terra torne-se rio!
E da face impura corram rios de risos!

Inverno: verão aguardado
Verão: desconforto menosprezado

Calor, confusão mental, falta de jeito com a poesia
Pouco importa... Nas baixas eu melhoro!