Amor (in) abalável
Subi a emancipada via da fantasia,
E n’ algodoeira rama por lá me quedei.
Em novelos cristais daquela abadia
Olhos meus, castanhos, lá os cravei.
E sentada no divino oco da poesia
Na rima versada ao vento, exaltei;
Promessas de um anjo que a cantaria
Ao teu ouvido, na chuva a espalhei.
Pousou no poeta que a soube alcançar;
Poisou na amizade dos meus a brilhar;
Pairou por aí… espalhando harmonia!
Naufragou pelo leito do rio ao mar;
Brotou pelo campo capaz de entoar;
Mas em ti meu amor… jamais tocaria!
Carla Bordalo
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Monday, May 10, 2010 - 12:42
Poesia :
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Comments
Re: Amor (in) abalável
Mais um belo soneto, realmente inabalável amor te leva pelas as linhas destes versos.
Lindissimo.
Re: Amor (in) abalável
Inavaláveis os sonetos da Carla, providos de vida.
Este especialmente, uma aragem (viagem) fresca a (p'lo) campo e mar.
Abraço,
Pedro
Re: Amor (in) abalável
Oh minha, muito querida, Carla Bordalo q grande prazer me deu ler este teu doce e belo soneto!
Fiquei assim com um sorriso iluminado!
Beijinho muito grande em ti!
Inês
Re: Amor (in) abalável
Adoro os teus sonetos, Carla,
e este está de facto lindíssimo.
Parabéns!
Beijo
Vóny Ferreira
Re: Amor (in) abalável
Um poema repleto de odores e imagens primaveris. Destaco os dois tercetos do soneto, que considero de uma beleza única...
Naufragou pelo leito do rio ao mar;
Brotou pelo campo capaz de entoar;
Mas em ti meu amor… jamais tocaria!
Gostei muito.
Beijo,
Clarisse
Re: Amor (in) abalável
Gosto desse teu poetar em ambiente campestre, de cheiros e sons.
Un universo tão teu, tão prasenteiro, tão primaveril, quanto teus sonetos.
Gosto de te ler;ressalvo:
Mas a ti meu amor… jamais tocaria