Derrubar os Nossos Muros
O berço de madeira
Herdado
Era exíguo para o sono
E mais parco ainda
Para o sonho.
Espigou assim mesmo
No casario de velha soleira
Arrendado
Em esforço e de pouco abono
Mas sob a abóbada linda
De carinho risonho.
O bairro de granito
Escondido
Tinha uma só saída
Estreita, para a cidade
E mais apertada todavia
Para o futuro.
Ousou furar o gueto e espreitar
Para além do social tapamento
Para além do imposto mito
Surpreendido
Ficou, pela cor, pelas formas, a vida
Jamais vistas na sua tenra idade,
Pleno de perguntas e energia
Determinado em saltar o muro!
Num certo dia
Trespassou as barreiras
Com pequenas passadas,
Com grandes desafios.
Desde então,
Sem excepção,
Procura atravessar as soleiras
Que lhe retinham, ocultadas,
Em mundo de atrofios,
A saída para o sonho
A entrada para o futuro…
Sem esquecer, com emoção,
O Berço, o Bairro, o Muro,
As vivências latentes no coração
… E aquela abóbada linda
De carinho risonho.
Andarilhus
XXVIII : VII : MMX
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Re: Derrubar os Nossos Muros
O berço de madeira
Herdado
Era exíguo para o sono
E mais parco ainda
Para o sonho.
Sem esquecer, com emoção,
O Berço, o Bairro, o Muro...
Fantástica leitura nos deixas!!!
Abraço
:-)