caminhos

Das voltas que dei em mim, nas reviravoltas retornei.
Espaço vazio, cansada de luta, desperdícios de vãos.
Voltei nas linhas retas partidas ao centro...
Longa caminhada descalçada na areia árida.
Refiz o caminho descido ao vento leste... Sempre assim...
Guizos agarrados ao tornozelo como animal marcado;
Quando ao som da tarde lembra o pastoreio
Ancas marcadas com sinal protetor... Arre, deixa ir!
Não se parte quem não lança; não se fere quem não busca
Caprichos, manias, domínios, facões...
Retiro a capa e atravesso nua a rua das minhas verdades...
São minhas e minhas, quisera não ser, quisera perder!
Tê-las é o maior perigo, tornam-se curvas às retas e afrouxam as mãos.
Falhas, faltas, lascas, medidas, retas, curvas...
Todas na contramão... Há quem deseja amor.
Deixo as faltas e mergulho outra vez nas minhas, que são as minhas verdades.
Essas jamais serão roubadas! A justiça só é boa, quando nos beneficia.
Arre... Largue os guizos e fuja das cercas alheias, se lance, se arrebente, se parta...
Mas reinvente a tua alma ou morrerás angustiado...

Nize Louzan