Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

HERMETISMO – derivado de “HERMES”, o deus grego que, entre outras funções e qualificações, conhecia o “Saber Sutil”; ou seja, o Conhecimento Superior que independe da matéria. O Saber sobre as Essências, sobre as “Verdades Divinas”. Hermes, também é chamado de “Mercúrio”, por ter sido plagiado pela “cultura” romana que dele fez o “Mensageiro dos Deuses” e aquele que acompanhava as Almas dos falecidos até ao HADES (a morada dos mortos).
Hermético, como se sabe, é sinônimo de “Fechado”, “restrito”, “acessível apenas a certas pessoas” etc. E é por essa qualificação que esse adjetivo é utilizado para designar certo tipo de Conhecimento compreensível apenas por determinadas pessoas. Geralmente, aquelas capazes de compreender tudo aquilo que o Homem vulgar, ou comum, não consegue sequer imaginar. Também por isso é o nome dado ao antigo e “indecifrável” Conhecimento que está nos chamados “Livros Herméticos”, cuja autoria é atribuída ao mítico deus egípcio chamado de HERMES TRIMEGISTO.
Fragmentos desses livros foram descobertos no século III dC. e traduzidos para o grego no século V, por MARSILIO FICINO (1433/1499, Itália). Em tais fragmentos encontra-se uma espécie de doutrina “oculta” ou “Esotérica (restrita a iniciados, ou a escolhidos)” que foi solenemente cultivada por alguns Alquimistas medievais.
Tal filosofia seria uma espécie de Iniciação a um tipo de “Alquimia Espiritual”, que tem como base um relacionamento direto entre o Visível e o Invisível, entre o Homem e o Universo, entre o Micro e o Macrocosmos etc. O Hermetismo, pois, permitiria o acesso a novas luzes, a novos saberes que fariam do Homem um “Novo Ser”, em um processo similar ao da Alquimia material que transformaria outros metais em puro e valioso ouro.
E esse “Novo Ser” poderia desembaraçar-se dos liames da Matéria, da rudeza dos desejos carnais, chulos e, com isso, chegar ao “Deus do Amor”.
Recorte – novamente é a idéia hinduísta de aprimoramento do Homem para que consiga superar os desejos impuros e atingir o Nirvana, enquanto vivo fisicamente, e o fim da Samsara (a sucessão de nascimento e morte física) depois de morto.
O Hermetismo influenciou fortemente os Pensadores do “Iluminismo”, pois ao prometer a valorização e a evolução do Homem, atendia aos requisitos do Humanismo* (a doutrina de que o Homem é o centro de tudo. Não confundir com generosidade humana.) vigente. E, também, pelo seu caráter de “Saber” misterioso, exótico. Característica importante para a época que ressuscitara a Mitologia e a Filosofia Clássicas que foram soterradas na Idade Média por imposição da Igreja Católica.
Mais recentemente, no século XIX, o termo “Hermetismo” passou a ser usado como um rótulo das “Ciências Ocultas”, ou do Ocultismo*.
Atualmente à função de rotular, foi-lhe acrescida a de nomear todo Pensamento considerado “indecifrável”, “impenetrável”, “incompreensível”. Sempre carente de uma interpretação acessória que lhe explique a natureza e o sentido. Claro que é uma referência ao Pensar que implique a necessidade de ser esmiuçado por algum especialista no assunto.

Submited by

Monday, February 22, 2010 - 21:51

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

fabiovillela's picture
Offline
Title: Moderador Poesia
Last seen: 8 years 6 weeks ago
Joined: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Login to post comments

other contents of fabiovillela

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love Ausentes 0 1.683 01/05/2015 - 00:04 Portuguese
Poesia/Love O Gim e o Adeus (2015) 0 2.166 12/31/2014 - 14:02 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte XII - A Metafísica 0 3.164 12/29/2014 - 19:06 Portuguese
Poesia/General Gauche 0 1.883 12/26/2014 - 18:50 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte XI - O Método 0 2.923 12/24/2014 - 20:01 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte X - A Geometria Analitica 0 4.097 12/24/2014 - 19:57 Portuguese
Poesia/Love Quietude 0 1.179 12/21/2014 - 21:03 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte IX - O primeiro filósofo moderno - Cogito Ergo Sun 0 3.787 12/20/2014 - 20:29 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte VIII - A época e o ideário básico 0 3.533 12/20/2014 - 20:25 Portuguese
Prosas/Contos Farol de Xenon 0 2.744 12/20/2014 - 00:40 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte VII - Notas Biográficas 0 3.823 12/19/2014 - 12:56 Portuguese
Poesia/Meditation Sombras 0 2.396 12/17/2014 - 23:21 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte VI - Preâmbulo e índice de obras 0 3.386 12/17/2014 - 13:07 Portuguese
Prosas/Drama Nini e a Valsa 0 4.506 12/17/2014 - 00:56 Portuguese
Poesia/Love As brisas e as rendas 0 1.835 12/15/2014 - 21:08 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - os Tipos de Razão Filosófica 0 2.919 12/13/2014 - 18:53 Portuguese
Poesia/Love Desencontros 0 2.052 12/10/2014 - 19:41 Portuguese
Poesia/Love Navegante 0 2.065 12/05/2014 - 00:21 Portuguese
Poesia/Love Evoé 0 2.191 12/03/2014 - 00:17 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte IV - o Racionalismo 0 2.872 12/01/2014 - 14:21 Portuguese
Poesia/Love A Face 0 1.292 11/29/2014 - 23:20 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte III - o Racionalismo - continuação 0 5.321 11/27/2014 - 14:33 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Parte II - o Racionalismo 0 2.271 11/26/2014 - 14:03 Portuguese
Poesia/Love A Dança 0 934 11/23/2014 - 18:28 Portuguese
Prosas/Others Descartes e o Racionalismo - Preâmbulo (Apêndice: a Razão) 0 2.882 11/22/2014 - 20:56 Portuguese