O que fiz ontem não posso mais fazer...
Domingo. Dia de descanso de uma semana agitada e corrida. Cheia de trabalho e estudo. Uma mente cansada. Depois de um almoço suculento e uma tarde de calor, nada melhor que uma cama para tirar aquela sesta. Bem, pelo menos era assim que deveria ser. Recebo uma ligação e um convite para ir até a Piraputanga (um lugar bonito a 12 km de Cáceres, onde tem uma cachoeira).
Vou até a casa de onde recebi a ligação e lá tem outros dois colegas e três garotas. Descubro, então, o motivo de terem me convidado: uma das meninas precisava de alguém para levá-la. Tudo bem para mim, pois a garota era uma morena espetacular.
Ela, então, me pede para pilotar. A princípio não estranhei. Afinal era deslumbrante e sedutor ir grudado na cintura da muleca. O que acontece é que a garota está aprendendo a pilotar ainda. Foi um misto de adrenalina ir nessa viagem. A garota queria seguir os passos dos outros dois motoqueiros que iam a toda. Medo, excitação, sei lá. Foi um risco.
A estrada está boa. E isso fez com que eles arriscassem bastante. Juntei a menina e a apertava muito forte. Torci para que nada acontecesse. Ela chegou a 90 km por hora em uma estrada cascalhada o que é um risco enorme, uma vez que, caso haja um deslize, ninguém sobraria nem para contar a história.
Ao chegarmos à cachoeira e rirmos da barbeiragem dela, dos buracos e das pedras que ela patrolou, ela em voz calma me disse: não vi, estava de olho fechado! Meu coração bateu mais forte.
Na volta, ela molhada e esculturamente fascinante me pede para vir pilotando. Sinto uma vontade de não deixar, mas acabo cedendo. E fico excitado com a situação. Aquele corpo molhado e sedutor é capaz de me fazer esquecer o risco que corro. Pedi, então, que fosse mais devagar.
Domingo. Passa das dez da noite. Estou deitado na minha cama. Amanhã cedo tenho aula. Preciso dormir. Então vem até minha mente: o que fiz hoje não posso correr o risco de fazer outra vez. Talvez não tenha a mesma sorte.
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