“Vestindo Sol”
- Pronto...
O tempo parou e abocanhou-me, para cobrar a acção do tempo usado: Fazer-me trabalhar o meu trabalho; para repartir as aventuras das minhas viagens paradas...
Depois, fiquei taralhoco – “Parecia um macaco que saltava de ramo-em-ramo e gritava; enterrava-me na minha carne, até ao fim do corpo” – Nada mais havia a fazer; pois que, a imaginação já me fazia sofrer...
- Do outro lado da rua,vi uma égua de crinas ao vento: Corria no outro passeio, paralelo comigo, enquanto corria: Ia-se vestindo com o sol, até ficar completamente nua; Eu, cheio de fome; de desejo: Um ardor, por um corpo...
Enquanto olhava para ela, babando-me, quase como quem morre: O poste veio na minha direcção; agarrou-me pela cabeça e atirou-me de rastos pelo chão: Levantei-me, bem morto; olhei e pensei: “Para me acordar e ressucitar – Para não ser guloso”.
Mas, eu... Também tinha direito: Como os outros seres humanos o têm...
***
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