Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Todas as cousas que há neste mundo

Todas as cousas que há neste mundo

Todas as cousas que há neste mundo
Têm uma história,
Excepto estas rãs que coaxam no fundo
Da minha memória.

Qualquer lugar neste mundo tem
Um onde estar,
Salvo este charco de onde me vem
Esse coaxar.

Ergue-se em mim uma lua falsa
Sobre juncais,
E o charco emerge, que o luar realça
Menos e mais.

Onde, em que vida, de que maneira
Fui o que lembro
Por este coaxar das rãs na esteira
Do que deslembro?

Nada. Um silêncio entre jucos dorme.
Coaxam ao fim
De uma alma antiga que tenho enorme
As rãs sem mim.

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html

Submited by

Tuesday, September 29, 2009 - 15:57

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 23 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Lycanthropy 3 2.382 03/15/2018 - 09:46 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Em plena vida e violência 2 2.120 03/15/2018 - 09:45 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O que me dói não é 2 1.989 03/15/2018 - 09:44 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Isto 1 3.363 02/27/2018 - 13:56 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Intervalo 1 2.373 02/27/2018 - 13:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro 1 2.417 02/27/2018 - 13:53 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Vaga, no azul amplo solta 1 2.338 02/27/2018 - 13:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Teus olhos entristecem 1 2.381 02/27/2018 - 13:36 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Tenho Tanto Sentimento 1 2.815 02/27/2018 - 13:32 Portuguese
Poesia Consagrada/Aphorism Cancioneiro - Sorriso audível das folhas 1 4.155 02/27/2018 - 13:29 Portuguese
Fotos/Profile fernando pessoa 0 3.237 11/24/2010 - 00:36 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento 0 1.888 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Ilumina-se a Igreja por Dentro da Chuva 0 2.347 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Liberdade 0 2.358 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Não digas nada! 0 3.148 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Não: não digas nada! 0 2.043 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O Andaime 0 2.165 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O Maestro Sacode a Batuta 0 2.152 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Pobre velha música! 0 3.196 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Põe-me as mãos nos ombros... 0 3.022 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Sonho. Não sei quem sou. 0 2.102 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Gomes Leal 0 2.472 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Grandes mistérios habitam 0 2.306 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Glosa 0 3.402 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Esqueço-me das horas transviadas 0 2.151 11/19/2010 - 16:55 Portuguese