Cancioneiro - Entre o bater rasgado dos pendões

Entre o bater rasgado dos pendões

Entre o bater rasgado dos pendões
E o cessar dos clarins na tarde alheia,
A derrota ficou : como uma cheia
Do mal cobriu os vagos batalhões.

Foi em vão que o Rei louco os seus varões
Trouxe ao prolixo prélio, sem idéia.
Água que mão infiel verteu na areia —
Tudo morreu, sem rastro e sem razões.

A noite cobre o campo, que o Destino
Com a morte tornou abandonado.
Cessou, com cessar tudo, o desatino.

Só no luar que nasce os pendões rotos
’Strelam no absurdo campo desolado
Uma derrota heráldica de ignotos.

Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br

Submited by

Thursday, October 1, 2009 - 16:58

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 years 45 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Lycanthropy 3 1.727 03/15/2018 - 09:46 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Em plena vida e violência 2 1.702 03/15/2018 - 09:45 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O que me dói não é 2 1.610 03/15/2018 - 09:44 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Isto 1 2.271 02/27/2018 - 13:56 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Intervalo 1 2.090 02/27/2018 - 13:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro 1 2.162 02/27/2018 - 13:53 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Vaga, no azul amplo solta 1 1.849 02/27/2018 - 13:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Teus olhos entristecem 1 1.904 02/27/2018 - 13:36 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Tenho Tanto Sentimento 1 2.209 02/27/2018 - 13:32 Portuguese
Poesia Consagrada/Aphorism Cancioneiro - Sorriso audível das folhas 1 3.487 02/27/2018 - 13:29 Portuguese
Fotos/Profile fernando pessoa 0 2.961 11/24/2010 - 00:36 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento 0 1.590 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Ilumina-se a Igreja por Dentro da Chuva 0 2.057 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Liberdade 0 1.998 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Não digas nada! 0 2.453 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Não: não digas nada! 0 1.861 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O Andaime 0 1.841 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - O Maestro Sacode a Batuta 0 1.694 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Pobre velha música! 0 2.650 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Põe-me as mãos nos ombros... 0 2.309 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Sonho. Não sei quem sou. 0 1.766 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Gomes Leal 0 2.082 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Grandes mistérios habitam 0 1.953 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Glosa 0 2.536 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Esqueço-me das horas transviadas 0 1.845 11/19/2010 - 16:55 Portuguese