Cancioneiro - Entre o bater rasgado dos pendões

Entre o bater rasgado dos pendões

Entre o bater rasgado dos pendões
E o cessar dos clarins na tarde alheia,
A derrota ficou : como uma cheia
Do mal cobriu os vagos batalhões.

Foi em vão que o Rei louco os seus varões
Trouxe ao prolixo prélio, sem idéia.
Água que mão infiel verteu na areia —
Tudo morreu, sem rastro e sem razões.

A noite cobre o campo, que o Destino
Com a morte tornou abandonado.
Cessou, com cessar tudo, o desatino.

Só no luar que nasce os pendões rotos
’Strelam no absurdo campo desolado
Uma derrota heráldica de ignotos.

Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br

Submited by

Thursday, October 1, 2009 - 16:58

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 42 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Enfia a agulha 0 1.451 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Entre o luar e o arvoredo 0 1.218 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Entre o sossego e o arvoredo 0 1.276 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Epitáfio Desconhecido 0 981 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Era isso mesmo 0 1.085 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eram Varões Todos 0 1.182 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - É um campo verde e vasto 0 1.371 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eu 0 884 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eu amo tudo o que foi 0 1.078 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eu me resigno. Há no alto da montanha 0 1.237 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eu tenho idéias e razões 0 1.584 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Exígua lâmpada tranqüila 0 892 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Falhei. Os astros seguem seu caminho 0 956 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Doze signos do céu o Sol percorre 0 1.871 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Durmo, cheio de nada, e amanhã 0 913 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Durmo. Regresso ou espero? 0 1.229 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - E a extensa e vária natureza é triste 0 985 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - É boa ! Se fossem malmequeres ! 0 1.242 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O Louco 0 1.088 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Eh, como outrora era outra a que eu não tinha ! 0 865 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - É Inda Quente 0 976 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - E ou jazigo haja 0 935 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - É uma brisa leve 0 1.070 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - E, ó vento vago 0 682 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Em outro mundo, onde a vontade é lei 0 1.216 11/19/2010 - 16:55 Portuguese