Cordel de vida vivida

Falo pras meninas
Entre jóias e rimas
Que nossa vidinha
Pois agora ninguém adivinha.

Fui um garoto mimado
Cresci e fiquei safado
Minha mãe me tenha estragado
Mas não a culpo: este é meu legado.

Menino loiro urbano
Do planalto central
Nascido e criado no Distrito Federal
Ano após ano.

Ia pra escola, mas não gostava.
Todo dia era uma luta, minha mãe me obrigava.
Tinha que ir, senão apanhava.
Aquilo era uma saco! Mas eu suportava.

Jogava bola na rua
Quando criança
E sonhava em ver uma mulher nua
Minha esperança!

Consegui uma namorada
Aos 11 de idade
Mas aquela safada
Não tinha piedade!

Fui morar com minha avó
Em Minas Gerais
Mas me sentia muito só
Adeus vovó! Nunca mais!

Fui morar com minha tia
Foi quando conheci uma guria
Que comigo não se metia
Que diabos! Que agonia!

Fui morar em Goiás
E aprendi a fumar
Conheci pessoas legais
E aprendi a não chorar.

Adeus Vovó! Adeus titias!
Para nossa alegria
Vou morar com minha família
De novo em Brasília.

Fazia cursinho
E fumava maconha
Minha mãe tinha vergonha
Porque a fumaça ia pro vizinho.

Fui pra faculdade
Estudar Psicologia
Fui atrás da liberdade
Mas não era isso que eu queria.

Consegui um emprego
Mas perdi meu sossego
Acordava bem cedo
E meu chefe me deu o dedo!

Namorei uma poetiza
Estranha amável Elisa
Fogo quente e brisa
Toda nua e lisa.

E nesse meio tempo
Fazia poesia
Disso não lamento:
Rimava o que me acontecia.

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Wednesday, December 16, 2009 - 08:58

Ministério da Poesia :

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tiagoornellas

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