Já Não Há Palavras

Na noite, quando toda a gente dorme e o silêncio vem na penumbra da lua, quando este quarto se veste de negro e a pouca claridade revela-se naquele candeeiro de pedra, eu encontro as minhas palavras. Neste encontro o tempo continua a correr, mas eu não me importo. Eu parei no tempo. E provavelmente quando o voltar a percorrer já será de manhã e nem conta terei dado.

É esquisito, mas não sei de mais palavras para ti. Dantes jogávamos às “escondidinhas” e eu sempre as encontrava, mas agora não as encontro. E por mais que diga “rebenta a bolha”, elas não aparecem. Parece que estou a jogar sozinho, como contigo joguei o jogo do amor. As palavras que deveriam ser para ti apagaram-se na escuridão. Talvez porque nunca tenham tido resposta e talvez porque eu não tenha mais palavras para te dar.

Fazes parte dos meus sonhos rasgados. Fazes parte das palavras que deitei fora.