Meu jardim
Invadiram meu jardim!
Onde plantava flores
E contemplada as cores.
Cortaram minha flor Carmim!
Sem ao menos pedir licença
Dominaram tudo na minha presença.
Sem poder dizer nada
Me deixaram amarrada,
Na confortável cama de pinho
Agora em minhas costas parecia de espinho.
Sempre quando me obrigavam a deitar
A vontade que tinha era de me matar.
Observava tudo até o anoitecer,
Mas por um dia queria ser cego,
Eu cheguei a pensar que a culpa era do ego.
Pois as flores novamente iam crescer.
Eu, talvez, saísse daquele forçado adormecer.
Comecei a achar que eu era a culpada
Se eu não tivesse deixado a porta escancarada
Aquilo, eu não teria deixado acontecer.
A dor era a única coisa certa
Uma hora eles lá não estariam mais
Sairiam pela mesma porta ainda aberta,
Mas não iam nascer flores iguais,
O terreno estava remexido
O meu coração estava partido.
Enfim, foram embora e fecharam a porta
Respirei com alívio, eu não estava morta
Mesmo ainda com minhas mãos atadas
Conseguia escutar ao longe as últimas pegadas.
Refleti. Tudo isso me serviu por dar uma lição
Naquele instante não havia rosa ou lírio,
Diante de todo aquele martírio
Eu tinha que possuir compreensão,
Pois era apenas o recomeço da semeadura
Não ia me permitir colher usura,
Coloquei a mão na terra e trabalharia até o final.
Meu real patrimônio pode nascer novamente>
O que me roubaram era bonito, mas era mortal
Sou eu quem faz germinar a beleza da semente.
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Ministério da Poesia :
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