Filosofia Desnecessária

Partindo da ideia de que toda a afirmativa pode ser contrariada, posso afirmar sem melindre que não sabemos é nada sobre coisa alguma. Será que fui longe demais? E o que é “longe”? Longe é o que não está perto de você, mas, no entanto, está próximo de alguém, que logo passa a ser “perto”. Tudo é uma questão de relatividade. E a vida, ela é transitória e relativa ou absoluta e eterna? Ela é absoluta-relativa e transitória-eterna, é só uma questão de interpretação, pois a vida, em se tratando da essência, ou seja, o que constitui a sua natureza, tanto espiritual como orgânica, é completa e perfeita (vida absoluta), já a sua existência depende de um conjunto necessário para o seu sustento e da maneira de viver, ou seja, para manter-se vivo tem de se alimentar, cuidar da saúde (física e mental) e trabalhar para pagar as despesas, e a vida de cada pessoa está relacionada ao seu modo de ser e agir, que é o que constitui o caráter (vida relativa). A vida é passageira, embora não saibamos o dia exato da morte, ao menos temos a certeza de que um dia iremos morrer, e que o corpo, apenas uma matéria no espaço, deixará de existir (vida transitória), enquanto que o espírito, princípio imortal do ser humano, para sempre existirá (vida eterna).
A maior contradição é, talvez, a morte, pois se morte significa o fim da vida, e se há vida após a morte, como pode falar em morrer? Ao invés de morte deveria se dizer transposição de vida, que é o que realmente parece acontecer. Agora como é vida após a passagem, aí é outra coisa contestante, embora muitos falem em paraíso, não se tem certeza a cerca disso, nem se a razão (pensamento e conhecimento dessa vida mundana) será preservada. Já pensou se depois da morte, já na outra vida, todos soubessem tudo sobre você? Não dizem que os espíritos vêem tudo? Como você se sentiria sabendo que todos os seus atos da vida terrena são de conhecimento de todos? Será que a alma fica ruborizada?
Bem, o destino é incerto, assim como certas afirmações, mas para algum lugar a alma vai, seja céu, inferno ou purgatório (dependendo da cota de pecados), e o corpo será alimento para os vermes. Mas para que falar disso agora? Pensar em morte parece coisa de depressivo. Estamos vivos! Vamos nos alegrar! “Quem canta seus males espanta”, se bem que quando estamos mal nem sempre cantamos, ainda mais se estivermos com uma forte dor de cabeça e garganta inflamada.

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Saturday, December 18, 2010 - 17:06

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