A espera

A noite inteira olhando
Para o relógio fictício da parede de sua sala,
Os pés adormeceram e o resto do corpo começara a doer.
Ela deveria ter voltado às sete horas
Do dia anterior a este que vai nascer.

Balbuciando algumas palavras,
Uma espécie de prece vazando os dentes,
Meia dúzia de rosas repousa no jarro;
O jantar esfriara
E o vinho agora esta quente.

As janelas ficaram abertas
E a porta da frente destrancada.
A mesma canção se repetiu dezenas de vezes
Além da programada,
Sendo a lua de hoje só um risco céu
Manteve acesa a luz da escada.

O vento indiferente,
Promove um bale de cortinas esvoaçadas
E Sombras de samambaia por toda casa,
Enquanto era fuzilado por um retrato impertinente
Se acabando em gargalhadas.

Já se passaram mais de vinte anos,
Apesar do retrato, não há certeza de que a mulher existiu,
O homem continua esperando
Ainda da mesma cadeira olhando
Para o relógio que ninguém nunca viu.

Submited by

Tuesday, May 6, 2008 - 18:47

Poesia :

No votes yet

edson

edson's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 21 weeks ago
Joined: 05/03/2008
Posts:
Points: 6

Comments

Henrique's picture

Re: A espera

Texto bem escrito com o dom da palavra!

:-)

JillyFall's picture

Re: A espera

gostei mto de ler!

Add comment

Login to post comments

other contents of edson

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion A espera 2 590 02/24/2010 - 20:10 Portuguese