Despertar da Urbe

Nada precede o Crepúsculo...

só o silêncio é maduro.

A vida não mexe um músculo.

A noite esconde o futuro.

 

Todo o ser vivo dormita

excepto os esquecidos por Deus

que na sua forma maldita

rastejam plas ruas, no breu.

 

O vazio esperta os sentidos

que o negro manto entorpece

e tirando alguns homens perdidos

toda a cidade adormece

 

As formas revestem mistérios

que o olho indiscreto não capta;

segredam no escuro impropérios

da gente que ás cegas se adapta

 

Pairam plo ar misticismos

das almas que a terra escondeu

nos buracos negros e abismos,

e sabe-se aí que anoiteceu.

 

O frio sopra a todos os cantos

penetra como um parafuso

e espalha a frescura dos prantos

por todo o objecto sem uso

 

Esganiçam as aves, estridentes

o prenúncio da próxima aurora

despedem-se as estrelas cadentes,

a lua apaga-se: agora.

 

A terra renasce aos pedaços;

constrói vagarosa uma pose

esperneia, atira e colhe os braços

absorve da noite a osmose.

 

Despindo à passagem o mundo

deixa que a vida se assuma

e vai-se do negro mais fundo

à frágil cortina da bruma.

 

Reentra a manhã com a cor:

o ar leva sons e olfactos

o Sol liga o seu esquentador;

começa a corrida doa fatos...

 

RL

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Monday, February 14, 2011 - 21:01

Poesia :

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rob3rto

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Comments

MarneDulinski's picture

Despertar da Urbe

Rob3rto!

Lindo o despertar da Urbe, o seu adormecer até o seu amanhecer!

Características em todas médias e grandes cidades!

Meus parabéns,

MarneDulinski

rob3rto's picture

Um Sincero Obrigado

Não trago em mim o saber

para que possa com precisão

falar por mim, e dizer

desta tamanha gratidão

 

Foi com a maior humildade

que entrei neste ministério

admirando a qualidade

dos que são poetas a sério

 

E nesta palavra escassa

tento, e não sei se consigo

agradecer quem me abraça

e me fala como amigo

 

São pra si estes meus versos

pela atenção dedicada

E por ter visto universos

onde outros, não viram nada...

 

Muitíssimo Obrigado pela sua atenção Marne, pela sensibilidade e pureza dos seus comentários. Mais poemas virão...

Um grande abraço,

Roberto Leandro

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