Delito
A extravagância solene
assombra a morte de vida
sem que o gesto se encene,
de improviso faz medida
Bafeja sombrios destinos
que a dedo traça segura
Feitiços de amor malignos
jogos fáceis de cintura
Arreda muros e escombros
incendeia a carne bruta
Labaredas pelos ombros
combustão mais que absoluta.
Consome o ardor lascivo
que lábios suspiram e mordem
Num gesto seu, incisivo
A seus pés p’ra qualquer ordem.
Os insensatos fiéis
submissos à dança latina
atiram os dados ao vício
nos jogos cruéis
que o desejo imagina.
O corpo entrega-se à morte
desenha a luxúria nos actos
dos seres, numa pulsação.
Atiça a loucura e a sorte
soprando a palavra incendiária
à sedutora razão,
até que a fúria das brasas
faça arder o coração.
Segregas o homem de si,
profissional neste crime.
Pegas o mundo p’los cornos
e ele sucumbe (s)em ti.
Ferve e arde em teus contornos
numa delícia sublime
de labirinto, sem fim.
Tudo flameja ao redor, incontrolável e aflito.
E a boca sustém o sabor, do teu supremo delito...
A extravagância solene assombra a morte de vida...
RL
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Comments
Delito
rob3rto!
Tudo flameja ao redor, incontrolável e aflito.
E a boca sustém o sabor, do teu supremo delito...
A extravagância solene assombra a morte de vida...
Lindo texto mais uma vez, meus parabéns,
MarneDulinski