"Amanheser"

Ricas manhãs que nos catapultam
dias adentro.
Hora sobria da quarta dimensão.
Roupão das frases e dos gestos por acontecer
onde por momentos pousamos nossas vidas
ao lado dos seus jornais, das suas meias de leite.
Há condescendencias por toda a parte,
ainda nada é a serio.
Tudo nos é perdoado
nas manhãs que acontecem.
Os miudos,
a escola,
a porta da garagem
que no seu abrir tem truque.
Todos eles
ainda dormem
sem fome de existir.
É aqui que me sinto vivo,
nestas virgens horas do amanhecer.
Onde aos poucos
o meu cérebro arranca
como um saudavel motor a diesel.
Sem pressas,
engarrafamentos
ou buzinas,
até perguntar ao homem por trás do balcão
quanto é que lhe devo.

Carlos Cabecinha
 

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Monday, February 21, 2011 - 12:01

Ministério da Poesia :

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