Dilaceramo-te
Um dia hei-de me vingar por te amar assim desta maneira.
Amo-te com a violência de quem espezinha o inimigo caído no chão,
esmagando-lhe o crânio alternadamente com os calcanhares.
Amo-te com o pânico de quem foge pelas ruas atulhadas de gente
de pistola na mão com os olhos arregalados de medo.
Amo-te com o desespero de quem procura uma saída,
numa central nuclear em iminência de explodir.
Amo-te com a degradação dos guetos apinhados
de heroinómanos que furam vezes sem conta as suas já podres jugulares.
Amo-te com a promiscuidade daqueles que dizem representar Deus
mas que nos confessionários se deliciam com o sexo oral dos jovens catequistas.
Amo-te com o silêncio de cortar à faca das salas de doentes em fase terminal
por esses hospitais mundo fora.
Amo-te à biqueirada,
Ao pontapé
Ao soco.
Amo-te á joelhada,
Á bastonada.
Amo-te apocalípticamente
Amo-te á queima-roupa..
...amo-te a sangue frio.
Carlos Cabecinha
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Ministério da Poesia :
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